Partido dos Trabalhadores

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terça-feira, 9 de outubro de 2018

BOLSONARO CRIA E AUMENTA IMPOSTO – 1ª parte

Para as pessoas mais pobres e para parte das classes médias. 

No entanto, para parte das classes médias, e para os ricos ou super-ricos virá menos imposto.

Paulo Guedes, responsável pelo programa econômico de Bolsonaro, diz planejar criar faixa única de 20% para o imposto de renda para todas as pessoas
O candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, antecipou algumas propostas tributárias. Duas delas em muito prejudicarão as pessoas mais pobres do Brasil. As propostas foram divulgadas por intermédio do economista Paulo Guedes, responsável pelo programa econômico do candidato.

Como estranho detalhe, importante é lembrar que sempre dizem que o Brasil tem “a maior carga tributária do mundo” ou os “impostos mais altos do mundo”.
Pelas propostas, parece que Bolsonaro não acha isso, desde que seja para as pessoas mais pobres pagarem a conta e partes das classes médias e as classes ricas ficarem mais aliviadas.

Será por isso, que esses dois segmentos populacionais apoiam em peso a candidatura Bolsonaro?
Segundo a imprensa, em encontro com empresários, Guedes anunciou a criação de uma faixa única para o imposto de renda de pessoas físicas e de pessoas jurídicas. Segundo Guedes, a faixa única terá alíquota de 20%.

Essa faixa única e essa alíquota resultam, para milhões de pobres na criação de imposto que não pagavam, e para parte de milhões das classes média o aumento do imposto, vez que já o pagam, em suas quatro faixas atualmente existentes.
AGORA É ASSIM!

O chamado sistema tributário brasileiro já teve diversas alterações ao longo da história. Esse sistema sempre foi injusto e nele está inserido o chamado imposto sobre a renda(IR). Atualmente a cobrança do IR é dividida em 4 faixas, que foram criadas a partir de 2008, quando o então Presidente Lula atendeu a pedidos de sindicatos e de diversas outras entidades.
Na 1ª faixa, quem recebe de R$1.903,99 a R$2.826,65 paga alíquota de 7,5%. Quem ganha R$2.000,00, por exemplo, paga R$150,00 de IR.

Na 2ª faixa, quem ganha entre R$2.826,66 a R$3.751,05 paga alíquota de 15%. Quem ganha R$3.000,00, por exemplo, paga R$450,00, por mês de IR.
Na 3ª faixa, quem recebe entre R$3.751,06 a R$4.664,68 paga uma alíquota de 22,5%. Quem ganha R$4.000,00, por mês, paga IR de R$900,00.

Na 4ª faixa, quem ganha R$4.664,69 ou mais é tributado com a alíquota de vinte e sete e meio por cento (27,5%). Assim, quem recebe R$8.000,00, por mês, paga R$2.200,00 de IR a cada mês.
FICARÁ ASSIM!

Atualmente, quem ganha mensalmente até R$1.903,98 é isento do IR, ou seja, não paga esse tipo de imposto. Se criada a faixa única para todas as pessoas e uma só alíquota de 20%, quem não pagava nada, passará a pagar.
Por exemplo, quem recebe um salário mínimo, por mês, R$954,00, passará o salário com o desconto do IR de R$190,80, em cada mês; se ganhar R$1.000,00, por mês pagará: R$200,00 de IR; se receber R$1.500,00, pagará R$300,00; quem receber R$1.903,98 terá descontado um IR de R$380,80, em cada mês. Antes essas assalariadas nada pagavam.

Quem for abrangido por essa nova faixa foi ferrado, então!
Quem está abrangido pelas atuais primeira e segunda faixas também foi ferrado. Essas faixas já pagam o IR em alíquotas variadas. Para as pessoas que estão nessas duas faixas, houve aumento diferenciado do imposto de renda. De 7,5% para 20%, na primeira faixa, e de 15% ara 20%, na segunda faixa.  

Na 1ª faixa, quem pagava R$150,00, passará a pagar R$400,00 de IR; quem pagava R$212,01, passará a pagar R$565,33, por mês de IR. Na 2ª faixa, quem pagava R$450,00, por mês de IR, passará a pagar R$600,00; quem pagava R$562,66, passará a pagar R$750,21.
Percebeu? Todas e todos serão ferrados com aumentos diferenciados e proporcionais em cada faixa. Essa "simples" faixa, como li em um texto, aumentará e muito a arrecadação, pois o objetivo da "reforma" é arrecadar e beneficiar as pessoas mais ricas em cada faixa e não promover a justiça tributária. 

Na faixa que havia isenção e passará a pagar, e nas 1ª e 2ª faixas que já pagavam, o interessante é que quem ganha menos pagará mais imposto, em valor mesmo ou proporcionalmente. Essa situação é considerada como retrocesso, no mundo político-legislativo, e regressividade, no mundo político-tributário.
Retrocesso e regressividade que atingirão também as 3ª e 4ª faixas também de forma diferenciada. Nestas duas faixas haverá redução do IR de forma diferenciada, proporcionalmente ou mesmo em valor. Estranho: quem ganha mais terá maior redução e quem recebe menos terá menor redução.

Portanto, em todas as situações os “mais ricos serão mais beneficiados e os mais pobres mais prejudicados”, já que a mudança tributária procura beneficiar os mais variados níveis dos ricos, que em sua grande maioria são os eleitores e as eleitoras de Bolsonaro (a 2ª parte será publicada amanhã).

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