Deputada
criticou o uso de emendas ao orçamento, seja para apoio ao mandato, ou para
eleições futuras, e destacou que há políticos que se envolvem em superfaturamento
e enriquecem com uma única obra.
Erundina, que é paraibana e já foi prefeito de São Paulo, diz que a consulta por referendo, "é um
meio de democracia direta, e consta da Constituição Federal"
São Paulo – A deputada federal Luiza Erundina (Psol-SP)
disse ontem (13) na Rede TV! que o país deveria adotar um referendo
popular para que a população aprovasse o salário dos deputados e senadores.
Em entrevista à jornalista Mariana Godoy, a
deputada afirmou que tem um projeto propondo “que o reajuste e a definição dos
honorários dos parlamentares a cada início de legislatura fossem submetidos a
um referendo popular, porque quem paga o salário do parlamentar é o povo. Que
se consulte através do referendo, que é um meio de democracia direta, e consta da
Constituição Federal”.
Erundina comentou que na média do salário do
brasileiro, o salário do parlamentar é algo absurdamente alto. Ela disse, no
entanto, que as emendas parlamentares ao orçamento são o real interesse dos
parlamentares que dão as costas para o povo.
“Há muito mais do que isso, são as emendas
parlamentares que eles usam como moeda de troca para apoios das próximas
eleições, ou durante seus mandatos; o que enriquece o parlamentar não são os
eventuais privilégios, e há muitos privilégios, não é isso o que os enriquece,
é uma carreira que todos anseiam e pagam caro por ela porque o retorno é muito
bom, muito grande”, afirmou.
Erundina explicou como funciona a dinâmica das
emendas ao orçamento do governo. “Todo ano tem a lei orçamentária, e o dinheiro
da emenda é destinado a uma grande obra, uma rodovia, e o superfaturamento? Os
governadores e prefeitos também são obrigados a pagar porque também eles são
corruptos. Grande parte deles se associa a essa prática de aceitar o superpreço
de determinada obra de milhões.
Quem não tem ética, não tem moral na condução da
coisa pública enriquece em uma dessas obras. Basta uma obra para ele ficar rico”.
E ainda afirmou: “O interesse do
parlamentar não é pelos privilégios como parlamentar, é as vantagens debaixo do
pano que ele aproveita para enriquecer e se enriquece em um mandato”.
As afirmações de Erundina foram feitas em meio à
defesa de uma reforma política que corrija as distorções de representatividade
que levaram à crise política atual. A deputada também disse que foi um ato de
desobediência civil o que a motivou a ocupar a cadeira da presidência da
Câmara, no afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na
semana passada.
"Eu quis fazer uma desobediência civil, para
ver se acordava a sociedade para o que estava acontecendo naquela Casa. Foi um
símbolo que a sociedade entendeu a razão porque nós ocupamos aquela cadeira;
não é uma cadeira do Cunha, ou do Waldir Maranhão (PP-MA), ou de quem quer que
seja, é uma cadeira da sociedade", afirmou a deputada.
"Essa cadeira, lamentavelmente, muito poucas
vezes tem sido ocupada por alguém que seja fiel aos compromissos com a
sociedade e com o poder como missão a serviço da sociedade, e não como algo que
alguém se apropria como se está fazendo hoje no Brasil."
http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2016/05/erundina-defende-que-salarios-de-parlamentares-passem-por-referendo-popular-2308.html
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