Em 2
de outubro próximo, haverá eleição para prefeit@s. Após o veto da presidenta
Dilma Rousseff ao financiamento empresarial de campanhas eleitorais, será
desafiador para as candidaturas fazerem campanha eleitoral sem o dinheiro das
empresas, que a título de doações legais, fomentam a corrupção eleitoral.
Em
Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, a pré-candidatura do Partido
dos Trabalhadores promete fazer campanha sem gastar dinheiro empresarial, mas
apenas de doações oriundas de pessoas físicas e recursos do fundo partidário.
Em
entrevista, o pré-candidato expõe o seu pensar a respeito: “Reginaldo
Lopes: receita de campanha sem gastança
A campanha eleitoral municipal começa dentro de poucas semanas e pela primeira
vez serão proibidas as doações de empresas. O STF proibiu a prática que a Lava
Jato escancarou como raiz mestra da corrupção. Candidatos dos partidos de
esquerda começam a planejar o que o ex-presidente Lula definiu, no lançamento
da candidatura da deputada Jandira Feghali (PC do B) a prefeita do Rio, como
oportunidade para “uma nova experiência política”. A própria Jandira já
contratou para fazer sua campanha eletrônica, em vez de um marqueteiro, a Mídia
Ninja. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), pré-candidato do PT à prefeitura de
Belo Horizonte, está apresentando ao partido um roteiro de como faria sua
campanha: só com os recursos do fundo partidário e as doações legais de pessoas
físicas, como agora prevê a legislação. Para isso, abolirá os costumes que que
levam à gastança eleitoral: marqueteiro, pesquisas exclusivas, rede de comitês,
papelório, carros de som e cabos eleitorais remunerados.
- Temos que romper o
modelo eleitoral brasileiro atual, que está falido e é injusto. Na democracia,
deve haver igualdade de condições na disputa. Com o financiamento empresarial,
quem arrecada gasta mais e tem mais chances de vitória. As práticas de campanha
levam a uma desigualdade do processo eleitoral. Vamos fazer uma campanha
completamente diferente. O PT errou, não devia ter entrado no jogo, embora as
regras fossem legais e o partido sempre tivesse sido um crítico delas e um
defensor do financiamento público de campanhas. Vamos começar a mudar nesta
eleição municipal.
Para começar, sua campanha não
teria a figura do marqueteiro, que nos últimos anos passou a ditar o discurso e
a dinâmica das campanhas, modelo a que o PT acabou aderindo e pagando caro por
isso. “O marketing não pode se sobrepor à política", diz Reginaldo,
recordando que a própria campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição não
seguiu as orientações do PT e sim as do marqueteiro João Santana. "Isso
foi muito danoso”, diz ele.
As inserções no horário
eleitoral serão produções simples, que não farão uso de efeitos especiais e não
recorrerão a artistas e apresentadores famosos, que cobram cachês altíssimos
pela participação. Os grandes protagonistas serão os militantes, além do
candidato a prefeito e a vice, é claro. Se um artista ou personalidade quiser
declarar apoio, será bem vindo, mas na condição de cidadão.
Reginaldo já estabeleceu
também que, se for candidato, sua campanha não fará uso de material físico,
abolindo aquelas toneladas de material gráfico que sujam as cidades, nem fará
uso dos carros de som que produzem um ruído insuportável e irritante para os
eleitores. Ele pretende também dar mais ênfase à Internet e às redes sociais em
detrimento dos comitês físicos, que encarecem as campanhas. Pretende fazer
debates realmente democráticos pela Internet, em que o eleitor terá direito a
perguntar o que quiser, com direito a réplica se não ficar satisfeito com a
resposta do candidato.
Sua campanha também não
contratará pesquisas, nem quantitativas nem qualitativas, para uso interno
exclusivo. “A melhor pesquisa é a de rua, no contato com o eleitor, e a da
própria votação”, diz Reginaldo. Em vez de cabos eleitorais remunerados para
segurar bandeiras e distribuir santinhos, pretende valer-se apenas dos
militantes e dos apoiadores espontâneos. “O apoio tem que traduzir uma
convicção política, uma avaliação das qualidades do candidato. Não pode ser uma
relação mercantilista, como acabou prevalecendo nos últimos anos”.
A proibição das doações
eleitorais pelo STF será testada na eleição deste ano. Os grandes partidos não
têm falado sobre as alternativas que adotarão mas é certo que levarão vantagem
aqueles que tiverem militância. De duas uma. Ou ainda não encontraram resposta
para a nova situação, ou pretendem continuar recebendo doações de empresas por
debaixo do pano, o que será crime se for descoberto.”
http://www.brasil247.com/pt/blog/terezacruvinel/240152/Reginaldo-Lopes-receita-de-campanha-sem-gastan%C3%A7a.htm
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