A grande imprensa nacional, onde praticamente
apenas 5 famílias ligadas aos diversos segmentos das elites nacionais, produzem a maioria das “notícia de massa”,
silencia e apoia o golpe parlamentar, como está sendo chamado, ou o golpe de
estado, que está em tramitação no Congresso Nacional e cuja admissibilidade foi
aprovada pela Câmara Nacional no último dia 17 de abril.
Dão continuidade ao golpe para matar a
democracia, o estado de direito e os direitos sociais, como há exatos
20 anos
os governos do PSDB-DEM mataram sem-terras em Eldorado dos Carajás, no Estado
do Pará.
Todavia, bem ao contrário da grande imprensa
nacional, a imprensa internacional denuncia e combate o golpe, decorrente do processo
de impíma da presidenta Dilma Vana Rousseff. Diversos segmentos da
imprensa internacional e jornalistas estrangeiros falam sobre a ilegitimidade e
a ilegalidade do processo de impedimento da Presidenta.
A imprensa internacional também diz 318
dos 367 deputados nacionais, que votaram a favor da instauração do processo de
impítima, respondem a processos na justiça ou procedimentos investigatórios
perante o Ministério Público e a Polícia Judiciária. Mesmo para a imprensa
internacional o atual presidente da Câmara Nacional, deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), é um dos maiores corruptos. Ele está sendo processado perante o
Supremo Tribunal Federal e responde ainda por diversas outras denúncias,
inclusive na operação policial Lava Jato.
Entre os 318 mencionados pela imprensa
internacional com implicados com casos de corrupção de várias espécies, 128 já seriam diretamente processados e muitos deles já
condenados. Em Alagoas, temos, por exemplo, Cícero Almeida e Arthur Lira,
dentre outros. Muitos processados ou já condenados não estavam no Plenário da Câmara, mas lá têm representantes,
“pupilos ou filhotes etc.”, para relembrá-los e cultuá-los, aparentemente pelas malvadezas que praticaram e praticam na administração pública.
Existem casos hilários ou que passaram para a tragicomédia da política-eleitoral nacional. Os mais emblemáticos são o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que elaborou o relatório pela admissão do impítima; o “filhote” e deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que deu o 342º voto a favor da admissibilidade do golpe, mesmo tendo recebido dinheiro da Lava Jato, via empreiteira Odebrecht; a deputada Raquel Muniz (PSD-MG), que dedicou o voto ao que entende ser a honestidade do marido, Ruy Muniz (PSB-MG), prefeito de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, e que foi preventivamente preso pela justiça, na manhã de segunda-feira. Ele surrupiou dinheiro da saúde para o seu hospital.
A imprensa estrangeira ressaltou, inclusive,
aquilo que todos nós assistimos. Parlamentares envolvidos em diversas dimensões
da corrupção e votaram pelo afastamento da presidenta, sem capacidade e
condições de provarem algum crime de responsabilidiade da Presidenta, partiram
para dizerem chavões que foram do nascimento de filh@s ou de net@s, a questões
religiosas carismáticas e neopentecostais, até a elogios a torturadores, como
fez Bolsonaro.
Abaixo você verá e lerá matérias sobre o golpe, publicada por diversos órgãos da imprensa internacional:
“CNN - A rede de TV norte-americana, CNN,
veiculou o diálogo entre o jornalista Glenn Greenwald e Christiane
Amanpour, da própria emissora, sobre o momento politico brasileiro. O
mais premiado jornalista da atualidade e uma das principais
apresentadoras dos EUA fazem um diagnóstico preciso e devastador. No
vídeo, a TV afirma que Dilma não foi sequer acusada de corrupção e
questiona se os ‘pedaladas fiscais’ são realmente motivo para o pedido
de afastamento.
Democracy Now -
O veículo internacional independente de notícias, Democracy Now, publicou texto, nesta quarta-feira (20), abordando o processo de impeachment da presidenta Dilma.
Segundo o portal, o Brasil está
mergulhado em escândalo de corrupção, “mas Dilma não foi acusada de
nenhuma irregularidade financeira”.
“Entretanto, 318 membros do Congresso
brasileiro, incluindo muitos que apoiaram seu impeachment, estão sob
investigação ou enfrentam acusações”, afirmou.
Em outra passagem, a matéria denuncia a
ida do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) aos Estados Unidos, para
participar de reuniões a portas fechadas com várias autoridades e
lobistas dos EUA. O senador estaria se reunindo com o presidente e
membro da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, o
republicano Bob Corker, para discutir a situação no Brasil.
“Ele também teria comparecido a um
almoço oferecido pela empresa lobista de Washington, Albright
Stonebridge Group”, escreve o Democracy Now.
The New York Times -
Em editoral publicado na segunda-feira (18), o The New York Times explicitou
o golpe parlamentar, afirmando que as chamadas ‘pedaladas fiscais’
foram um pretexto para um referendo sobre o PT, no poder desde 2003.
Para o jornal, o caso contra Dilma pouco
tem a ver com as pedaladas, “que outros governantes eleitos no Brasil
fizeram sem provocar escrutínio”.
O jornal trouxe,
ainda, a preocupação de analistas políticos brasileiros com o que
classificou como danos a longo prazo para a “jovem democracia
brasileira, restabelecida em 1985 após duas décadas de ditadura
militar”.
Ao falar do presidente da Câmara,
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o maior jornal dos Estados Unidos
mencionou as acusações de que Cunha usou contas em bancos suíços para
esconder “milhões de dólares em propina”.
“Há a questão de quem e o que virá a
seguir”, escreveu o NYT. O jornal norte-americano destacou que Michel
Temer pode enfrentar as mesmas acusações que Dilma.
“O próximo na linha da presidência após
Temer é Eduardo Cunha, o poderoso líder da Câmara dos Deputados. Cristão
evangélico que usa sua conta no Twitter para disseminar versos
bíblicos, Cunha é acusado de usar uma conta em um banco na Suíça para
esconder R$ 40 milhões em propinas”, definiu.
Forbes -
A revista Forbes
publicou texto ironizando a reportagem da revista brasileira Veja,
classificada pela própria Forbes como o veículo de maior tendência
conservadora do Brasil, que fez matéria enaltecendo a esposa do
vice-presidente Michel Temer (PMDB) como uma mulher ‘Bela, recatada e do lar‘.
“A última edição da revista Veja,
veículo de inclinação para a direita da grande imprensa brasileira,
apresenta um extenso perfil da esposa do atual vice-presidente do
Brasil, Michel Temer, o homem agora posicionado para assumir o País se
Rousseff for formalmente deposta por um julgamento no Senado nas
próximas semanas”.
Segundo a revista norte-americana, os
brasileiros usaram as redes sociais para responder à revista, em uma
campanha bem humorada que viralizou ao refutar a insinuação da matéria
de que a mulher ideal deve ser recatada, vestir-se de forma adequada e
permanecer em casa, explicitando o machismo na sociedade brasileira.
Financial Times - Um dos jornais mais influentes da Europa, o britânico Financial Times,
ironizou, em sua versão impressa desta terça-feira (19), as dedicatórias
feitas pelos parlamentares, em honra das esposas, filhos, etc.
O veículo afirmou que a maioria dos
deputados aparentou ser desinformada, citando um que dedicou seu voto à
‘população de rua que vive na rua’. O texto termina com uma referência
ao parlamentar que anunciou o voto decisivo, Bruno Araújo, do PSDB, ter
sido mencionado nas investigações do escândalo da Petrobras. “Com tantos
entre os defensores do impeachment envolvidos ou mencionados na
investigação, Temer terá um período difícil se assumir a presidência”,
conclui o jornal.
Le Monde -
Na França, o jornal Le Monde
enfatizou que muitos deputados que ratificaram a admissibilidade são
suspeitos de questões mais pesadas do que aquelas supostamente
praticadas pela presidenta Dilma.
Spiegel - O alemão Spiegel, em sua matéria intitulada ‘A revolta dos Bonzinhos’,
adotou tom crítico, ao afirmar que “o Congresso brasileiro mostra a sua
verdadeira face”.
“A maioria dos parlamentares não votou
somente pela suspensão da presidenta Dilma Rousseff. Usando métodos mais
do que questionáveis, eles conduziram o navio brasileiro para uma rota
de direita”, escreveu.
The Economist - O jornal norte-americano The Economist
publicou, na mesma segunda-feira (18), que quase nenhum dos deputados
federais em favor do impeachment usou o suposto crime de
responsabilidade como razão para o voto.
“Ao invés disso, eles citaram um monte
de motivos mais ecléticos para os votos”, afirmou o jornal, enumerando
as principais razões ditas pelos parlamentares na hora da votação.
Na lista publicada pelo jornal constam
como justificativas para o voto a favor do impeachment o nascimento da
filha ou da neta, ou o aniversário de 93 anos da mãe, e até a renovação
carismática, a fundação do cristianismo ou a congregação da igreja
Quadrangular.
O The Economist também falou do motivo
dado pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que citou o torturador da
ditadura militar, Carlos Alberto Brilhante Ustra.
The Irish Times - O jornal irlandês The Irish Times
fez matéria intitulada ‘Brasil envia os palhaços para votar em Dilma
impeachment’, na segunda-feira (18), onde afirmou que os deputados se
comportaram “com todo o decoro de fãs de futebol bêbados”.
“Apenas alguns da esmagadora maioria que
votou pelo impeachment se importaram em abordar as acusações contra a
presidente contidas no processo”, escreveu.
Para o jornal, os deputados que acusavam
Dilma e o PT de corrupção não tinham nenhum senso de ironia, “já que ao
menos 299 dos 513 membros da Câmara estão sendo investigados por má
conduta”.
The Irish Times finaliza o texto
afirmando que o impeachment de Dilma, ao invés de limpar o Brasil da
corrupção, pode apenas “aprofundar o pântano moral na qual a vida
pública brasileira está afundando”.
Miguel Sousa Tavares 0 Em Portugal, cientista político Miguel Sousa Tavares, disse que nunca viu o “Brasil ser tão baixo“.
“O que se passou no Congresso brasileiro
ultrapassa tudo que é discutível. Foi uma assembleia geral de bandidos,
comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”.
Glenn Greenwald - O jornalista premiado conhecido pelo caso Edward Snowden, Glenn
Greenwald, também condenou a votação do impeachment. Para ele, “foi uma
votação muito polarizada e muito feia” por causa de atitudes como a do
deputado Jair Bolsonaro. Na avaliação do jornalista, a votação reflete
esse sentimento crescente no Brasil que o país esteja dividido de uma
maneira muito perigosa e instável.
El País - Para o jornal espanhol El País,
a imensa maioria dos deputados que votaram neste domingo a favor do
impeachment da presidenta Dilma “pareceu esquecer os verdadeiros motivos
que estavam em discussão”, e que cerca de 60% dos presentes, incluindo o
presidente Eduardo Cunha, têm casos pendentes de corrupção nos
tribunais.
“Os deputados defenderam a destituição
de Rousseff pelas razões mais diversas: ‘por minha esposa Paula’, ‘por
minha filha que vai nascer e minha sobrinha Helena’, por meu neto
Gabriel’, ‘por minha tia que cuidou de mim quando pequeno’, ‘por minha
família e meu estado’, ‘por Deus’, ‘pelos militares de 64’, ‘pelos
evangélicos’, ‘pelo aniversário da minha cidade’, ‘pela defesa do
petróleo’, ‘pelos agricultores’, ‘pelo café’ e inclusive ‘pelos
vendedores de seguros do Brasil’ ”, destacou.
Em tom de chacota, o El País fez um
paralelo entre os parlamentares e os telespectadores de Xuxa, “que
aproveitavam sua participação no programa para saudar sua mãe, seu
marido, sua amante, seu primo, seu neto, seu vizinho, seu amigo, seu
porteiro”.
“A defesa da família, da propriedade, de
Deus e da ordem nas mãos dos militares mostram a verdadeira foto do
Congresso mais conservador desde 1985 e sugerem, ainda, que ninguém leu o
relatório com os fundamentos jurídicos que justificariam o crime de
responsabilidade, necessário para a saída de Rousseff – ou, ao menos,
ninguém se esforçou em demonstrar”, completou.
“O ex-militar Jair Bolsonaro, sempre
passando dos limites, dedicou seu voto a favor do Coronel Ustra,
reconhecido pela Justiça como um torturador durante a ditadura
brasileira”, afirmou o El País.
The Guardian - O voto do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) também foi registrado pelo jornal The Guardian, que classificou como o “ponto mais baixo” da sessão.
“Em uma noite escura, sem dúvida o ponto
mais baixo foi quando Jair Bolsonaro, o deputado de extrema-direita
pelo Rio de Janeiro, dedicou seu voto ‘sim’ a Carlos Brilhante Ustra, um
coronel que liderou a unidade de tortura no Doi-Codi durante o período
da ditadura. Rousseff, uma ex-guerrilheira, foi uma das torturadas”,
escreveu.
O jornal britânico elencou outros votos
“em nome de Deus” e feitos por deputados com denúncias de corrupção, com
pó próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Paulo Maluf
(PP-SP), Nilton Capixiba (PTB-RO) e Silas Câmara (PRB-AM).
Fortune - Outro jornal estrangeiro, o Fortune, disse que o impeachment de Dilma pode significar mais corrupção no Brasil.
E destaca que a presidenta Dilma não
está sendo diretamente implicada em denúncias de corrupção. “Em
contrate, os principais nomes do PMDB estão sob investigação, assim como
políticos da maioria dos partidos do Brasil. Colocar o PMDB ao poder
para limpar a política brasileira é semelhante a limpar o chão com um
pano sujo”, afirmou.
Página 12 - Periódico argentino, o Página 12, disse que a votação do processo de impeachment foi “um golpe que se viu ao vivo”.
“Ontem, a Câmara dos Deputados,
presidida por Eduardo Cunha, que é réu no Supremo Tribunal Federal por
vários crimes, que vão desde a corrupção pura e simples a manter contas
ocultas na Suíça, decidiu por fim a um governo de quem nem sequer é
investigada”, ressaltou.
>Matéria da jornalista Luana Spinillo, publicada a Agência PT de Notícias, em 19-04-2016
http://www.pt.org.br/midia-internacional-denuncia-golpe-em-curso-no-brasil/”
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