Partido dos Trabalhadores

Partido dos Trabalhadores

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Impítima: IMPRENSA INTERNACIONAL DENUNCIA O GOLPE DE ESTADO EM CURSO NO PARLAMENTO BRASILEIRO

A grande imprensa nacional, onde praticamente apenas 5 famílias ligadas aos diversos segmentos das elites nacionais,  produzem a maioria das “notícia de massa”, silencia e apoia o golpe parlamentar, como está sendo chamado, ou o golpe de estado, que está em tramitação no Congresso Nacional e cuja admissibilidade foi aprovada pela Câmara Nacional no último dia 17 de abril.
Dão continuidade ao golpe para matar a democracia, o estado de direito e os direitos sociais, como há exatos
20 anos os governos do PSDB-DEM mataram sem-terras em Eldorado dos Carajás, no Estado do Pará.
Mídia internacional denuncia golpe em curso no Brasil

      Brasília-DF, 19/04/2016. Presidenta Dilma Vana Rousseff fala durante coletiva entrevista à imprensa estrangeira, com 65 diferentes meios de comunicação. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR    

Todavia, bem ao contrário da grande imprensa nacional, a imprensa internacional denuncia e combate o golpe, decorrente do processo de impíma da presidenta Dilma Vana Rousseff. Diversos segmentos da imprensa internacional e jornalistas estrangeiros falam sobre a ilegitimidade e a ilegalidade do processo de impedimento da Presidenta.
A imprensa internacional também diz 318 dos 367 deputados nacionais, que votaram a favor da instauração do processo de impítima, respondem a processos na justiça ou procedimentos investigatórios perante o Ministério Público e a Polícia Judiciária. Mesmo para a imprensa internacional o atual presidente da Câmara Nacional, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é um dos maiores corruptos. Ele está sendo processado perante o Supremo Tribunal Federal e responde ainda por diversas outras denúncias, inclusive na operação policial Lava Jato.

Entre os 318 mencionados pela imprensa internacional com implicados com casos de corrupção de várias espécies, 128 já seriam diretamente processados e muitos deles já condenados. Em Alagoas, temos, por exemplo, Cícero Almeida e Arthur Lira, dentre outros. Muitos processados ou já condenados não estavam no Plenário da Câmara, mas lá têm representantes, “pupilos ou filhotes etc.”, para relembrá-los e cultuá-los, aparentemente pelas malvadezas que praticaram e praticam na administração pública.

Existem casos hilários ou que passaram para a tragicomédia da política-eleitoral nacional. Os mais emblemáticos são o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que elaborou o relatório pela admissão do impítima; o “filhote” e deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que deu o 342º voto a favor da admissibilidade do golpe, mesmo tendo recebido dinheiro da Lava Jato, via empreiteira Odebrecht; a deputada Raquel Muniz (PSD-MG), que dedicou o voto ao que entende ser a honestidade do marido, Ruy Muniz (PSB-MG), prefeito de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, e que foi preventivamente preso pela justiça, na manhã de segunda-feira. Ele surrupiou dinheiro da saúde para o seu hospital.   
A imprensa estrangeira ressaltou, inclusive, aquilo que todos nós assistimos. Parlamentares envolvidos em diversas dimensões da corrupção e votaram pelo afastamento da presidenta, sem capacidade e condições de provarem algum crime de responsabilidiade da Presidenta, partiram para dizerem chavões que foram do nascimento de filh@s ou de net@s, a questões religiosas carismáticas e neopentecostais, até a elogios a torturadores, como fez Bolsonaro.

Abaixo você verá e lerá matérias sobre o golpe, publicada por diversos órgãos da imprensa internacional:  

CNN - A rede de TV norte-americana, CNN, veiculou o diálogo entre o jornalista Glenn Greenwald e Christiane Amanpour, da própria emissora, sobre o momento politico brasileiro. O mais premiado jornalista da atualidade e uma das principais apresentadoras dos EUA fazem um diagnóstico preciso e devastador. No vídeo, a TV afirma que Dilma não foi sequer acusada de corrupção e questiona se os ‘pedaladas fiscais’ são realmente motivo para o pedido de afastamento.

Democracy Now - O veículo internacional independente de notícias, Democracy Now, publicou texto, nesta quarta-feira (20), abordando o processo de impeachment da presidenta Dilma.
Segundo o portal, o Brasil está mergulhado em escândalo de corrupção, “mas Dilma não foi acusada de nenhuma irregularidade financeira”.
“Entretanto, 318 membros do Congresso brasileiro, incluindo muitos que apoiaram seu impeachment, estão sob investigação ou enfrentam acusações”, afirmou.
Em outra passagem, a matéria denuncia a ida do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) aos Estados Unidos, para participar de reuniões a portas fechadas com várias autoridades e lobistas dos EUA. O senador estaria se reunindo com o presidente e membro da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, o republicano Bob Corker, para discutir a situação no Brasil.
“Ele também teria comparecido a um almoço oferecido pela empresa lobista de Washington, Albright Stonebridge Group”, escreve o Democracy Now.
democracy-now
The New York Times - Em editoral publicado na segunda-feira (18), o The New York Times explicitou o golpe parlamentar, afirmando que as chamadas ‘pedaladas fiscais’ foram um pretexto para um referendo sobre o PT, no poder desde 2003.
Para o jornal, o caso contra Dilma pouco tem a ver com as pedaladas, “que outros governantes eleitos no Brasil fizeram sem provocar escrutínio”.
O jornal trouxe, ainda, a preocupação de analistas políticos brasileiros com o que classificou como danos a longo prazo para a “jovem democracia brasileira, restabelecida em 1985 após duas décadas de ditadura militar”.
Ao falar do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o maior jornal dos Estados Unidos mencionou as acusações de que Cunha usou contas em bancos suíços para esconder “milhões de dólares em propina”.
“Há a questão de quem e o que virá a seguir”, escreveu o NYT. O jornal norte-americano destacou que Michel Temer pode enfrentar as mesmas acusações que Dilma.
“O próximo na linha da presidência após Temer é Eduardo Cunha, o poderoso líder da Câmara dos Deputados. Cristão evangélico que usa sua conta no Twitter para disseminar versos bíblicos, Cunha é acusado de usar uma conta em um banco na Suíça para esconder R$ 40 milhões em propinas”, definiu.
NYT
Forbes - A revista Forbes publicou texto ironizando a reportagem da revista brasileira Veja, classificada pela própria Forbes como o veículo de maior tendência conservadora do Brasil, que fez matéria enaltecendo a esposa do vice-presidente Michel Temer (PMDB) como uma mulher ‘Bela, recatada e do lar‘.
“A última edição da revista Veja, veículo de inclinação para a direita da grande imprensa brasileira, apresenta um extenso perfil da esposa do atual vice-presidente do Brasil, Michel Temer, o homem agora posicionado para assumir o País se Rousseff for formalmente deposta por um julgamento no Senado nas próximas semanas”.
Segundo a revista norte-americana, os brasileiros usaram as redes sociais para responder à revista, em uma campanha bem humorada que viralizou ao refutar a insinuação da matéria de que a mulher ideal deve ser recatada, vestir-se de forma adequada e permanecer em casa, explicitando o machismo na sociedade brasileira.
Financial Times - Um dos jornais mais influentes da Europa, o britânico Financial Times, ironizou, em sua versão impressa desta terça-feira (19), as dedicatórias feitas pelos parlamentares, em honra das esposas, filhos, etc.
O veículo afirmou que a maioria dos deputados aparentou ser desinformada, citando um que dedicou seu voto à ‘população de rua que vive na rua’. O texto termina com uma referência ao parlamentar que anunciou o voto decisivo, Bruno Araújo, do PSDB, ter sido mencionado nas investigações do escândalo da Petrobras. “Com tantos entre os defensores do impeachment envolvidos ou mencionados na investigação, Temer terá um período difícil se assumir a presidência”, conclui o jornal.
financial-times
Le Monde - Na França, o jornal Le Monde enfatizou que muitos deputados que ratificaram a admissibilidade são suspeitos de questões mais pesadas do que aquelas supostamente praticadas pela presidenta Dilma.
le-monde
Spiegel - O alemão Spiegel, em sua matéria intitulada ‘A revolta dos Bonzinhos’, adotou tom crítico, ao afirmar que “o Congresso brasileiro mostra a sua verdadeira face”.
“A maioria dos parlamentares não votou somente pela suspensão da presidenta Dilma Rousseff. Usando métodos mais do que questionáveis, eles conduziram o navio brasileiro para uma rota de direita”, escreveu.
spiegel
The Economist - O jornal norte-americano The Economist publicou, na mesma segunda-feira (18), que quase nenhum dos deputados federais em favor do impeachment usou o suposto crime de responsabilidade como razão para o voto.
“Ao invés disso, eles citaram um monte de motivos mais ecléticos para os votos”, afirmou o jornal, enumerando as principais razões ditas pelos parlamentares na hora da votação.
Na lista publicada pelo jornal constam como justificativas para o voto a favor do impeachment o nascimento da filha ou da neta, ou o aniversário de 93 anos da mãe, e até a renovação carismática, a fundação do cristianismo ou a congregação da igreja Quadrangular.
O The Economist também falou do motivo dado pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que citou o torturador da ditadura militar, Carlos Alberto Brilhante Ustra.
the-economist
The Irish Times - O jornal irlandês The Irish Times fez matéria intitulada ‘Brasil envia os palhaços para votar em Dilma impeachment’, na segunda-feira (18), onde afirmou que os deputados se comportaram “com todo o decoro de fãs de futebol bêbados”.
“Apenas alguns da esmagadora maioria que votou pelo impeachment se importaram em abordar as acusações contra a presidente contidas no processo”, escreveu.
Para o jornal, os deputados que acusavam Dilma e o PT de corrupção não tinham nenhum senso de ironia, “já que ao menos 299 dos 513 membros da Câmara estão sendo investigados por má conduta”.
The Irish Times finaliza o texto afirmando que o impeachment de Dilma, ao invés de limpar o Brasil da corrupção, pode apenas “aprofundar o pântano moral na qual a vida pública brasileira está afundando”.
the-irsh-times
Miguel Sousa Tavares 0 Em Portugal, cientista político Miguel Sousa Tavares, disse que nunca viu o “Brasil ser tão baixo“.
“O que se passou no Congresso brasileiro ultrapassa tudo que é discutível. Foi uma assembleia geral de bandidos, comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”.
Glenn Greenwald - O jornalista premiado conhecido pelo caso Edward Snowden, Glenn Greenwald, também condenou a votação do impeachment. Para ele, “foi uma votação muito polarizada e muito feia” por causa de atitudes como a do deputado Jair Bolsonaro. Na avaliação do jornalista, a votação reflete esse sentimento crescente no Brasil que o país esteja dividido de uma maneira muito perigosa e instável.
El País - Para o jornal espanhol El País, a imensa maioria dos deputados que votaram neste domingo a favor do impeachment da presidenta Dilma “pareceu esquecer os verdadeiros motivos que estavam em discussão”, e que cerca de 60% dos presentes, incluindo o presidente Eduardo Cunha, têm casos pendentes de corrupção nos tribunais.
“Os deputados defenderam a destituição de Rousseff pelas razões mais diversas: ‘por minha esposa Paula’, ‘por minha filha que vai nascer e minha sobrinha Helena’, por meu neto Gabriel’, ‘por minha tia que cuidou de mim quando pequeno’, ‘por minha família e meu estado’, ‘por Deus’, ‘pelos militares de 64’, ‘pelos evangélicos’, ‘pelo aniversário da minha cidade’, ‘pela defesa do petróleo’, ‘pelos agricultores’, ‘pelo café’ e inclusive ‘pelos vendedores de seguros do Brasil’ ”, destacou.
Em tom de chacota, o El País fez um paralelo entre os parlamentares e os telespectadores de Xuxa, “que aproveitavam sua participação no programa para saudar sua mãe, seu marido, sua amante, seu primo, seu neto, seu vizinho, seu amigo, seu porteiro”.
“A defesa da família, da propriedade, de Deus e da ordem nas mãos dos militares mostram a verdadeira foto do Congresso mais conservador desde 1985 e sugerem, ainda, que ninguém leu o relatório com os fundamentos jurídicos que justificariam o crime de responsabilidade, necessário para a saída de Rousseff – ou, ao menos, ninguém se esforçou em demonstrar”, completou.
“O ex-militar Jair Bolsonaro, sempre passando dos limites, dedicou seu voto a favor do Coronel Ustra, reconhecido pela Justiça como um torturador durante a ditadura brasileira”, afirmou o El País.
el-pais-golpe
The Guardian - O voto do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) também foi registrado pelo jornal The Guardian, que classificou como o “ponto mais baixo” da sessão.
“Em uma noite escura, sem dúvida o ponto mais baixo foi quando Jair Bolsonaro, o deputado de extrema-direita pelo Rio de Janeiro, dedicou seu voto ‘sim’ a Carlos Brilhante Ustra, um coronel que liderou a unidade de tortura no Doi-Codi durante o período da ditadura. Rousseff, uma ex-guerrilheira, foi uma das torturadas”, escreveu.
O jornal britânico elencou outros votos “em nome de Deus” e feitos por deputados com denúncias de corrupção, com pó próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Paulo Maluf (PP-SP), Nilton Capixiba (PTB-RO) e Silas Câmara (PRB-AM).
the-guardian
Fortune - Outro jornal estrangeiro, o Fortune, disse que o impeachment de Dilma pode significar mais corrupção no Brasil.
E destaca que a presidenta Dilma não está sendo diretamente implicada em denúncias de corrupção. “Em contrate, os principais nomes do PMDB estão sob investigação, assim como políticos da maioria dos partidos do Brasil. Colocar o PMDB ao poder para limpar a política brasileira é semelhante a limpar o chão com um pano sujo”, afirmou.
Página 12 - Periódico argentino, o Página 12, disse que a votação do processo de impeachment foi “um golpe que se viu ao vivo”.
“Ontem, a Câmara dos Deputados, presidida por Eduardo Cunha, que é réu no Supremo Tribunal Federal por vários crimes, que vão desde a corrupção pura e simples a manter contas ocultas na Suíça, decidiu por fim a um governo de quem nem sequer é investigada”, ressaltou.
pagina-12-o-golpe

>Matéria da jornalista Luana Spinillo, publicada a Agência PT de Notícias, em 19-04-2016
http://www.pt.org.br/midia-internacional-denuncia-golpe-em-curso-no-brasil/

Nenhum comentário:

Postar um comentário