Presidenta
deve denunciar à sociedade que corruptos da oposição que antes operavam para
engavetar investigações hoje querem parar a “faxina” e impedir a reforma política.
Falta melhorar sua comunicação
FHC
parece querer transformar seu instituto num Ibad ou um Ipes, os centros de
conspiração do golpe de 64
O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), do alto de seus 83 anos, tendo
vivenciado como poucos brasileiros vivos todos os vícios das estruturas de
poder, deveria ser o primeiro a se posicionar a favor de uma reforma política
transformadora do grande problema institucional brasileiro, raiz do subdesenvolvimento,
do patrimonialismo e da corrupção.
Em vez
disso, prega um golpe paraguaio, defendendo o uso do Poder Judiciário como
instrumento político para derrubar uma presidenta da República eleita pela
maioria dos brasileiros. Quem te viu, quem te vê, FHC. No entardecer da vida,
prefere servir aos mesmos golpistas que um dia combateu. E servir-se deles.
Primeiro
foi um artigo publicado domingo em dois jornais da imprensa corporativa – de
longa tradição em defender golpes de Estado e ditaduras em benefício dos
interesses oligárquicos e econômicos próprios – estimulando o golpe através do
Judiciário. Depois seu advogado encomendou um parecer do jurista Yves Gandra
Martins para fundamentar um eventual processo de impeachment com base não em
crimes da presidenta, porque não existem, mas em suposta responsabilidade por
crimes dos outros.
Ora, bons
advogados colocam no papel qualquer coisa que o dinheiro possa comprar, mas
falta combinar com o povo.
Dilma tem
suas dificuldades, tem sua cota de impopularidade pela agenda negativa que
domina a pauta política e noticiosa (bem menor do que aquela da desvalorização
do real e dos escândalos bancários que marcaram os primeiros dias do segundo
governo FHC). Mas tem também sua cota de crédito junto à população, pois acabou
de ser reeleita. Enquanto isso, a reputação popular do Congresso Nacional está
bem abaixo da dela, para o parlamento se credenciar a julgá-la. Digamos que a
maioria da população, se tivesse de escolher, preferiria comprar um carro usado
de Dilma do que da maioria dos parlamentares.
O povo
veria a presidenta como vítima, se julgada por parlamentares acusados
diretamente e pessoalmente de corrupção, enquanto não há nada contra ela, nem
mesmo sinais exteriores de riqueza. Para piorar o cenário da oposição, alguns
deputados e senadores foram demonizados pela própria imprensa adepta do
golpismo e pelo noticiário com mensagem antipolítica.
Calada, a
presidenta poderia cair, mas cabeças rolariam junto de toda a classe política.
Como é impensável que um processo político de impeachment se dê com a
presidenta e sua base de apoio calada, ela também tem suas armas para enfrentar
um duelo contra o golpe. Se chegasse a esse ponto, ela mesmo poderia dizer em
alto e bom som a todo povo brasileiro que estaria sofrendo um golpe justamente
dos corruptos da oposição que querem paralisar a “faxina”, para usar uma
expressão popular que não deixa margem para dúvidas, e também impedir a reforma
política moralizadora. Lembrando ao povo que a oposição que quer derrubá-la é a
mesma que quando esteve no governo tucano operava para engavetar as
investigações.
Não por
acaso, a presidenta incluiu em seu discurso da primeira reunião ministerial e
na mensagem ao Congresso na abertura no ano legislativo, o tema corrupção,
reiterando a meta proposta durante a campanha eleitoral de enviar leis de
endurecimento e que aumentem a eficiência contra a impunidade. Falta melhorar a
comunicação governamental para que essa mensagem chegue a todos os brasileiros.
Como se
vê, por mais que o ex-presidente venha a querer transformar o instituto que
leva seu nome em um Ibad ou Ipes (os centros de conspiração participaram da
arquitetura do golpe de 1964), não há chance de dar certo. É dura a vida de
aspirante a golpista do ex-presidente FHC no entardecer da vida.
http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2015/02/com-uma-frase-dilma-desmontaria-o-golpe-pretendido-por-fhc-4582.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário