Povo Sem Medo: razões do
golpe estão expostas
A Frente
Povo Sem Medo, responsável pelos atos programados para domingo (31) contra o
golpe e contra o governo ilegítimo de Michel Temer, divulgou, nesta semana, uma
declaração em que condena os retrocessos e alerta para a necessidade de
mobilização social.
No
documento, o movimento critica a política antipopular e entreguista promovida
pelo golpista Temer e reforça para a importância de defender os direitos
adquiridos, como trabalhista e sociais.
“A agenda
Temer envolve o projeto das terceirizações, Reforma da Previdência,
privatizações, desmonte dos serviços públicos, redução drástica dos programas
sociais e entrega do pré sal às petroleiras internacionais, dentre outras
perversidades. Tudo isso com o objetivo de privilegiar os de cima, despejando a
crise sobre os ombros dos de baixo”.
Leia a
nota, na íntegra:
“DECLARAÇÃO
DA FRENTE POVO SEM MEDO
Julho de
2016
Não
precisou nem dois meses para que as máscaras caíssem e as razões do golpe
fossem expostas em praça pública. O aprofundamento de uma política antipopular
e entreguista veio já nos primeiros dias. E logo ficou claro que a suposta
batalha contra a corrupção serviu mesmo para levar uma quadrilha ao comando do
país. Três ministros caíram em menos de um mês. As denúncias só se aprofundam,
chegando agora diretamente ao próprio presidente ilegítimo.
Mas,
mesmo com essas fragilidades, o governo interino de Temer se coloca como o mais
perigoso aos trabalhadores brasileiros em nossa história recente. Por não ter
sido eleito por ninguém e aparentemente não buscar reeleição, coloca-se numa
situação em que não precisa prestar contas à sociedade.
Está
habilitado a praticar o mais severo programa de retrocessos, sem pagar preço
eleitoral por isso. Esta é uma situação dos sonhos para o grande capital. O
golpe, como alertamos, é contra os trabalhadores.
Isso
significa que a grande tarefa das forças populares é derrotar este governo e,
com ele, o golpe. A Frente Povo Sem Medo entende que, diante de um governo
biônico e com uma pauta de duros retrocessos, o povo deve ser chamado a
decidir. Neste sentido, a proposta de um plebiscito sobre a antecipação ou não
das eleições, defendido mais de uma vez pela própria presidenta Dilma,
pode ser uma bandeira aglutinadora para somar mais forças na luta contra o
golpismo.
Mas
evidentemente tem seus limites. Não há saída mágica numa conjuntura tão
complexa como esta. É preciso associar esta bandeira a outras duas
fundamentais.
A
primeira é a defesa de uma profunda Reforma Política. O problema não é apenas
Temer. É o sistema político brasileiro que faliu e perdeu qualquer vínculo de
representação efetiva com a maioria da sociedade. É preciso radicalizar a
democracia, enfrentando a influência do poder econômico nas eleições e
construindo mecanismos de maior participação popular na política, permitindo
que a maioria do povo possa decidir sobre os rumos do país.
A segunda
é a defesa intransigente dos nossos direitos. Estamos diante da ameaça de uma
regressão social grave, com desmonte dos direitos trabalhistas e dos programas
sociais conquistados pelo povo brasileiro, além da entrega do património
público. O golpe é duplo: um presidente que não foi eleito, aplicando um
programa que também não o foi e jamais seria.
A agenda
Temer envolve o projeto das terceirizações, Reforma da Previdência,
privatizações, desmonte dos serviços públicos, redução drástica dos programas
sociais e entrega do pré sal às petroleiras internacionais, dentre outras
perversidades. Tudo isso com o objetivo de privilegiar os de cima, despejando a
crise sobre os ombros dos de baixo.
Contra
este programa de terra arrasada, defenderemos nas ruas as reformas que o país
precisa. Não queremos Reforma da Previdência, queremos sim reforma tributária,
com taxação de grandes fortunas. Não aceitaremos nenhuma privatização, queremos
de volta nossas estatais e em especial o controle sobre o pré-sal e o conjunto
dos recursos naturais de nosso país.
Não
queremos Reforma Trabalhista, queremos as Reformas Urbana e Agrária, dívida
histórica do Estado brasileiro com seu povo. Queremos auditoria da dívida
pública, democratização das comunicações e desmilitarização da polícia e o fim
do genocídio da população negra. Esta é a agenda que contempla a maioria do
nosso povo.
Derrotar
o governo golpista de Temer é condição para isso. O Povo Sem Medo estará nas
ruas no mês de julho, em grandes mobilizações de norte a sul, para resistir ao
golpe e defender as saídas populares. Buscaremos dialogar com outras
articulações, como a Frente Brasil Popular, para ter o máximo de unidade neste
enfrentamento. Não tem arrego!
FORA
TEMER!
O POVO DEVE DECIDIR!
DEFENDER NOSSOS DIREITOS, RADICALIZAR A DEMOCRACIA!
O POVO DEVE DECIDIR!
DEFENDER NOSSOS DIREITOS, RADICALIZAR A DEMOCRACIA!
Aqui está
o Povo Sem Medo!”
http://novo.fpabramo.org.br/content/povo-sem-medo-razoes-do-golpe-estao-expostas
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