Antes
mesmo do término das convenções partidárias, previsto para 30 de junho, já é
possível antecipar algumas tendências da eleição para o Congresso Nacional em
2014.
A
primeira é de um número recorde de desistências da tentativa de reeleição –
cerca de metade dos 27 senadores e pouco mais de cem deputados. As motivações
são basicamente quatro: os altos custos de campanha, considerados exorbitantes;
os custos de imagem, pelos quais os políticos são malvistos; o desgaste no
exercício do mandato, no qual a ocupação de cargo na Casa ou em relatoria
relevante depende mais da relação pessoal do parlamentar com o líder do que de
sua qualificação; e, em menor escala, a opção de concorrer a outro cargo, como
governador, senador ou mesmo deputado estadual.
A segunda
tendência, que em parte decorre da primeira, será o elevado índice de
renovação, superior a 50% das 513 vagas em disputa na Câmara e das 27 no
Senado. A terceira é de que o PT, mesmo que não aumente sua bancada atual,
continuará sendo o maior partido da Câmara e o segundo do Senado.
O
prognóstico é que os outros dois grandes partidos (PMDB e PSDB), ainda que
eventualmente venham a crescer na eleição, não conseguirão superar o PT na
Câmara. E as demais agremiações partidárias, por melhor que seja seu
desempenho, não ultrapassarão o PMDB, que deve seguir como a segunda maior
bancada da Casa. Já no Senado, onde a renovação será apenas de um terço da
composição – 27 vagas –, o PMDB deve continuar com a primeira maior bancada e o
PT com a segunda.
Além de
contar com bons quadros na disputa, o PT tem muito o que mostrar na campanha,
em termos tanto de avanços legislativos quanto de realizações governamentais.
No
primeiro caso, além de conquistas para os trabalhadores, como as emendas
constitucionais de combate ao trabalho escravo e da extensão dos direitos dos
trabalhadores urbanos aos domésticos, o partido poderá listar várias leis de
ampliação da transparência e do controle, como o voto aberto na análise dos
vetos presidenciais e na cassação de mandatos parlamentares, as leis de
responsabilização da pessoa jurídica ou punição ao corruptor, de conflitos de interesse
e a lei geral de acesso à informação, entre outras.
No
segundo, a despeito da insuficiência dos serviços públicos, o PT promoveu
avanços importantes. Entre outros, destacam-se o programa Minha Casa, Minha
Vida; o Mais Médicos e os investimento em saúde, particularmente nas Unidades
de Pronto Atendimento (UPAs) e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(Samu); o aumento de recursos para a educação, assim como a criação de creches,
escolas técnicas e campi e a ampliação do número de vagas e de bolsas para
estudantes de escolas públicas ou estudantes pobres nas universidades públicas
e privadas; a ampliação do Bolsa Família e do Luz para Todos.
Por tudo
isso, o PT, apesar do bombardeio de que tem sido vítima, apresenta importante
diferencial frente à oposição e às legendas da própria base aliada, razão pela
qual deve permanecer como o primeiro partido da Câmara e o segundo do Senado.
Aguardemos.
Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap
Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap
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