[Explicação inicial: Buscando provocar os debates pré-eleitorais nas eleições do
próximo 6 de outubro, este Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores
São-Sebastiãoenses dar início à publicação de temas e de questões que deverão focar
e motivar quais serão as soluções propostas por cada candidatura, seja ela a
prefeito ou a vereadora ou a vereador.
Assim cabe à população, nas dimensões masculina ou feminina, debater
e forçar o debate, questionando quaisquer candidaturas, pois só o consciente e o
decido exercício da cidadania ativa, especialmente a eleitoral, poderá fomentar
e provocar melhorias nas condições de vida da própria população, considerando,
inclusive, a ótima arrecadação que este Município sempre apresenta.
Assim, nessa data do “Dia do Agente ou da Agenta de Defesa Ambiental”, comecemos a conversar sobre a já antiga ‘Questão da Água’ e do Saneamento Básico e do Saneamento Ambiental.
Por conseguinte, vamos falar sobre a compreensão dessas 2 questões, nos ajudando com a leitura dos 2 artigos, bem interessantes.]
Ei-los: "O grande escritor alagoano Graciliano Ramos em sua magnífica obra "Vidas secas" retrata a trajetória de uma família sobrevivente num cenário nefasto no sertão nordestino: de um lado a falta de acesso à água potável e, do outro, o convívio permanente com os resíduos humanos a céu aberto.
Infelizmente, esse cenário melhorou
muito pouco nas últimas décadas. Diversas pesquisas apontam que as mortes
resultantes de doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado
corresponderam, em média, a 1,31% do total de óbitos do país.
Os sistemas de saúde têm registrado
uma média anual de 758.750 internações hospitalares devido a deficiências do
saneamento. Alguns estudos apontam para um gasto anual do Sistema Único de
Saúde de cerca de 3% do total. A Doença de Chagas e as diarreias representam
mais de 80% do total de óbitos decorrentes do saneamento básico inadequado.
O Sistema de Informação de Vigilância
Epidemiológica das Doenças Diarreicas Agudas (SIVEP_DDA) do Ministério da Saúde
registrou, entre 2007 e 2017, quase 14 milhões de casos desta doença em
crianças menores de cinco anos nos estados do Nordeste - Alagoas teve 782.115
casos. No Nordeste, em 2019, a porcentagem de internações por falta de
saneamento básico de crianças de 0 a 4 anos representou 25% dos casos e a faixa
de 5 a 14 anos totalizou mais 15%.
Além dos efeitos nocivos na saúde
deve-se olhar também para a repercussão no desempenho escolar. Dados do
Ministério da Saúde em 2019 apontam que cerca de 40% da população em idade
escolar não tem acesso a saneamento básico no Brasil.
O Instituto Trata Brasil analisou os
resultados escolares e, quem morava em domicílio sem acesso à água e ao serviço
de coleta de esgoto atingiu uma escolaridade 25,1% menor do que a de uma pessoa
que residia em moradias com acesso integral ao saneamento.
Este estudo confirmou a hipótese de
que o estado de saúde fragilizado, devido a doenças infecciosas causadas pelo
contato com a água contaminada, pode contribuir para o afastamento de crianças
e adolescentes de suas atividades escolares influenciando no desempenho
escolar. Já os dados do Enem revelaram que em 2018, as médias de notas dos
jovens sem banheiro em casa foi 13% menor. Nascer em uma cidade com serviços de
saneamento básico pode determinar o sucesso de um adolescente na vida adulta.
Esta pesquisa também constatou que as
regiões que possuem maiores índices de serviços inadequados de água e esgoto
são aquelas que também possuem maior número de mortalidade infantil. Esse
flagelo nacional precisa ser enfrentado com soluções inovadoras ou já adotadas
em diversos países.
Segundo um estudo do Banco Mundial,
publicado em março de 2020, as empresas estatais no Brasil detêm o maior número
de pessoas sob sua influência, mas possuem na sua maioria uma administração
inadequada, um volume muito grande de passivos e, portanto, não inspiram
confiança ao investidor.
Dessa forma, o novo marco regulatório
do saneamento acaba por induzir diversos arranjos econômicos para que seja
possível desenvolver projetos para tirar o país desta absurda situação.
Talvez esteja aí a grande
oportunidade para investidores, pois há espaço para melhorar a produtividade e
a eficiência das operações, que pode tornar o retorno dos investimentos
bastante atrativo. Nessa linha, o Governo de Alagoas aderiu ao projeto do BNDES
há cerca de quatro anos para melhorar o saneamento no país.
Desenvolveu em parceria com
consultores externos, BNDES e sua própria equipe um projeto robusto para a
Região Metropolitana de Maceió - RMM. Ouviu os operadores e o mercado
financeiro em várias ocasiões. Seguiu todo o processo legal, com muita
transparência, tendo o objetivo de apresentar um excelente projeto com
segurança jurídica que pudesse universalizar os serviços de saneamento e
fornecimento de água tratada para RMM.
Buscou-se ter resultados parecidos
com as cidades de Limeira, Votorantim e Araçatuba, em São Paulo e, também, de
Niterói, no Rio de Janeiro, que optaram por conceder ao setor privado a
exploração do serviço de saneamento, passando por um processo semelhante ao
vivido hoje por Alagoas e com excelentes resultados.
Não há investimento que apresente
tantas externalidades positivas na economia como em saneamento, além de serem
capazes de gerar múltiplos benefícios diretos e indiretos à população. Para
cada R$1,00 investido na expansão do sistema de saneamento estudos apontam que
até R$1,50 de renda pode ser gerada na economia e a geração de milhares de
postos de trabalho para as obras de expansão.
Os investimentos irão se converter em
melhorias na saúde e na educação. Um exemplo claro disso é a cidade de Limeira,
onde a incidência de diarreia e vômito é 21,3% inferior à média dos municípios
do interior de São Paulo e as internações são 86,3% menores do que a média
brasileira. Daqui há(sic) poucos anos Maceió, Marechal Deodoro, Barra de Santo
Antônio, entre tantos outros municípios da Região Metropolitana de Maceió
poderão já apresentar excelentes indicadores e ótimas condições de
balneabilidade para receber turistas de todo mundo. Afinal de contas, Alagoas
tem um dos litorais mais bonitos do mundo.
>Uma posição - Autor: George Santoro - Secretário
Estadual de Fazenda de Alagoas; autora: Renata
Santos - Secretaria Especial do Tesouro de Alagoas – em https://www.cadaminuto.com.br/blog/accountability-george-santoro
>Outra posição - https://economia.uol.com.br/colunas/2020/10/09/no-leilao-do-saneamento-de-maceio-os-pobres-de-alagoas-pagam-o-pato.htm --
PT, 13 – Nas lutas contra a privatização e por saneamento básico e por saneamento ambiental – diferenças em https://deltasaneamento.com.br/diferenca-entre-saneamento-basico-e-saneamento-ambiental/
P. S.: Eleições de 2020 - O PT é contra as privatizações de
bens municipais, como todos e todas sabem. Essas questões das privatizações das águas e do saneamento básico
e do saneamento ambiental estão bem divergentes e em fortes debates.
São Sebastião tem a grave “Questão da Água”, que perdura praticamente
desde 1998, quando o ‘Novo Sistema de Abastecimento d’Água foi Inaugurado’ pelo
então governador Ronaldo Lessa. A questão precisa ser debatida já agora e durante
essas eleições que vêm.
Quais as soluções serão propostas pelas candidaturas para a “Questão
da Água”?
Há dinheiro para efetivar esses gastos? Qual será o custo
dele? Este Município terá sistema próprio (SAAE)? Ou vai privatizar, como
alguns já indicam? Como e qual a tarifa a ser cobrada? Etc.?
Sem xingar ninguém e sem levantar falso, apresente os seus
argumentos, no “comentário” ou pode nos enviar pelo imeio: ptssal@bol.com.br, em PDF.
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