POPULAÇÃO
Em seu tripé: Assistência Social, Saúde e Previdência Social, como vimos durante o 6ºCSS (Curso de Noções Sobre Seguridade Social), consoante texto publicado em https://onguedeolho.blogspot.com/2022/03/6css-e-seus-conteudos.html.
Também
como vimos em PARTIDO
DOS TRABALHADORES E DAS TRABALHADORAS SÃO-SEBASTIÃOENSES: PREVIDÊNCIA SOCIAL, em 24 de janeiro último, a Previdência
Social [órgão ao qual está vinculado a autarquia INSS (Instituto Nacional de
Seguro Social, que já teve outras denominações) fez 102 anos de existência no
Brasil.
A Previdência Social foi criada pela chamada Lei Eloy Chaves, em verdade o então Decreto Nacional nº4.682, de 24 de janeiro de 1923, que objetivava proteger os trabalhadores ferroviários.
Mas,
de lá para cá, a Previdência Social sofreu várias melhorias e ampliação, sendo
que atualmente abrange e protege milhões de brasileiras e de brasileiros.
Os diversos tipos de benefícios previdenciários, cerca de 14, e a imensa quantidade deles, que chega a milhões, faz muita gente e municípios sobreviverem dignamente.
Assim, informa o excelente o livro “A Previdência Social e a Economia
dos Municípios”, de Álvaro
Sólon de França.
Por
conseguinte, no aniversário de 102
da Previdência Social, em
24-1-2025, o retrorreferido autor publicou no portal da Anfip (Associação Nacional
de Auditores e de Auditoras Fiscais da Receita Federal do Brasil) um
esclarecedor e ótimo artigo, que você poderá ler e imprimir abaixo ou na
página da própria Anfip na internete, cujo endereço está informado no final do
mesmo.
Alerta-se que 2 dos pés da Seguridade, a saúde e a assistência, não são tratados neste texto e contexto, apesar do Fevereiro Roxo e do Fevereiro Amarelo.
“PREVIDÊNCIA:
102 ANOS SENDO A ÂNCORA SOCIAL DO BRASIL
A Previdência Social brasileira completa, no dia 24
de janeiro de 2025, 102 anos de existência. Construída pelos ideais daqueles
que nutrem a esperança sublime de viverem numa sociedade livre, justa e
solidária, a longevidade da Previdência Social tem sua explicação nos valores
sobre os quais está sedimentada: a solidariedade entre as pessoas e as gerações,
e a justiça social.
Ressalte-se que a solidariedade é a pedra angular
que mantém de pé a dignidade da pessoa humana. Esses valores foram fundamentais
para que a Previdência Social suportasse os ventos da privatização e o assédio
dos piratas sociais, que fizeram ruir políticas públicas pelo mundo afora.
Entre os anos de 1988 e 2023, a quantidade de benefícios pagos pela Previdência Social aumentou 238,8%, passando de 11,6 milhões para 39,3 milhões de beneficiários.
Segundo o IBGE, para cada beneficiário
da Previdência Social há, em média, 2,5 pessoas beneficiadas indiretamente.
Assim, em 2023, a Previdência beneficiou direta e indiretamente 137,5 milhões
de pessoas, ou seja, 63,5% da população brasileira.
Em 2022, 27,3% dos brasileiros viviam abaixo da
linha de pobreza, ou seja, 59,3 milhões de pessoas (linha de pobreza = R$
606,00). Se não fossem os benefícios previdenciários e assistenciais, esse
percentual seria de 42,0%, ou seja, os benefícios previdenciários e
assistenciais foram responsáveis por uma redução de 14,3% no nível de pobreza o
que significa que 30,5 milhões de pessoas deixaram de ficar abaixo da linha de
pobreza.
Os dados aqui retratados demonstram, de maneira insofismável, que a Previdência Social está cumprindo o seu papel no resgate da dignidade humana e na solidificação da estabilidade social em milhares de municípios que, muitas vezes, não fazem parte do mapa de preocupações das “elites pensantes” do nosso país.
Em síntese, se não fosse os benefícios
previdenciários e assistenciais o Brasil estaria na barbárie social.
Após extensa pesquisa que tive a oportunidade de
ser autor, com a participação dos brilhantes auditores da Receita Federal do
Brasil Airton Nagel Zanghelini, Décio Bruno Lopes, Marinalva Azevedo dos Santos
Braghini, Moacir Mondardo Jr, Vanderley José Maçaneiro e Wanderson Dias
Ferreira, (A Previdência Social e a Economia dos Municípios./Álvaro Sólon de
França et.al – 8.ed. – Brasília: ANFIP/Fundação ANFIP. 2024.), com base nos
dados de 2023: em 4.103 dos 5.570 municípios brasileiros avaliados (73,7%), o
volume de pagamento de benefícios previdenciários efetuados pelo INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) supera o FPM (Fundo de Participação dos
Municípios).
Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, o
maior volume de pagamento de benefícios previdenciários em relação ao FPM não é
um fenômeno estritamente nordestino.
Os percentuais, também, são expressivos na Região Sudeste. No Rio de Janeiro, em 92 dos 92 municípios,
os benefícios previdenciários superam o FPM, o que representa 100,0%; no
Espírito Santo isto se verifica em 78 dos 78 municípios (100,0%); em São Paulo
em 556 dos 645 municípios (83,2%), e em Minas Gerais em 585 dos 853 municípios
(68,6%).
Na Região Sul o
maior percentual está em Santa Catarina, (89,1%), 263 do total de 295
municípios; no Rio Grande do Sul, 419 dos 497 municípios, portanto, 84,3%; e,
finalmente, no Paraná, do total de 399 municípios, 319 convivem com essa
realidade, ou seja, 79,9%.
Na Região Nordeste o
recorde fica com o Ceará, onde em 174, (94,6%) dos 184 municípios o pagamento
de benefícios supera o FPM; o segundo lugar fica com a Bahia (87,8%), onde em
366 dos 417 municípios esta realidade acontece; seguido de Pernambuco (85,9%),
159 de 185 municípios.
Estes dados são altamente representativos de uma
realidade que não pode ser ignorada: a Previdência Social reduz as
desigualdades sociais e regionais e exerce uma influência extraordinária na
economia de milhares de municípios brasileiros.
Embora tão enxovalhada por críticas, muitas delas injustas, a Previdência Social pode tranquilamente ostentar a posição heroica de âncora social do Brasil, em um cenário de profundas desigualdades sociais e regionais, como o que experimentamos em nosso país.
É ela quem fixa as pessoas
em seus municípios de origem, evitando o êxodo principalmente para as grandes
cidades, onde levas de migrantes inchariam ainda mais as favelas superpovoadas.
Muitos aposentados e pensionistas figuram como
elementos de sustentação social, não por ganharem bem, mas por garantirem, com
suas modestas aposentadorias, o sustento de suas famílias.
Destaque-se que o compartilhamento da renda
proveniente da Previdência Social faz com que o idoso volte a ter um papel
familiar importante, principalmente, na área rural, estreitando os laços de
solidariedade com as gerações mais jovens que convivem com os beneficiários.
Indiretamente a Previdência
Rural supre a lacuna da falta de um seguro desemprego para os filhos dos
beneficiários da área rural, apoia a escolarização dos netos, permite aos
aposentados e pensionistas adquirirem medicamentos e terem acesso a tratamento
de saúde não existente na área pública de saúde, ou seja, a partir da
Previdência Rural constrói-se uma ampla rede de proteção básica no tecido
social rural do Brasil.
Realmente a Previdência Social para a população
rural é significativa devido aos impactos redistributivos de renda e à elevada
cobertura.
Por isso, hoje, quando atravessamos dias inseguros
provocados pela incerteza da economia global, certamente a vida brasileira será
menos tormentosa por causa dos benefícios oriundos da nossa, secular,
Previdência Social.
A Previdência Social não é propriedade do governo,
nem dos partidos da base de sustentação do governo, nem dos partidos de
oposição. Pertence à sociedade brasileira.
Destarte, conclamamos toda a sociedade brasileira
para que envide esforços para aperfeiçoá-la, tornando-a cada vez mais
universal, pública e eficaz, até porque a democracia só é dignificada com a
participação de todos.
Também,
não devemos perder de vista que a vigilância da sociedade é fundamental para
não sermos “pegos de surpresa” pelos piratas sociais travestidos de arautos da
modernidade, mas que, na realidade, estão a serviço do sistema financeiro
nacional e internacional, até porque essa gente tem ojeriza a tudo o que diz
respeito a: redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais,
soberania nacional e a solidariedade entre as pessoas e as gerações.”
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