Feliz dia
para você, mulher, que merece a vida e o mundo. Que diz que “não é não” e deve
ser respeitada. Que pôs a humanidade no mundo e que ainda sofre no dia a dia
com o menosprezo, com a desvalorização, mas que tem sempre disponível seu
beijo, seu abraço e seu afago para os filhos, marido, namorado ou pessoas
queridas. Sem você, não existiríamos!
Dos mais de 211 milhões
de brasileiros vivos hoje em território nacional, segundo a projeção do IBGE,
mais da metade são mulheres — cerca de 108 milhões.
Em um total de 147
milhões de eleitores registrados para o pleito de 2018 no TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), as mulheres eram também maioria, com mais de 77 milhões de
eleitoras (52,50%).
Deste número, apenas
9.204 mulheres concorreram a um cargo eletivo, tendo sido eleitas 290, sendo 77
para a Câmara dos Deputados, 51% a mais que em 2014.
Nas assembleias
legislativas, foram eleitas 161 representantes, 41,2% a mais que nas eleições
anteriores, quando foram escolhidas 114 mulheres para deputada estadual. Ainda
longe de ser representativo da força e presença das mulheres nas urnas.
No mercado de trabalho
formal, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), elas
são em torno de 44% dos trabalhadores com carteira assinada, continuam ganhando
22% menos, em média, registrando uma taxa de desocupação maior que a masculina,
conforme o Dieese.
Para a mulher que cuida
da casa, dos filhos, dos pais e avós, trabalhando em 1 ou 2 empregos, ou não,
superando com analgésicos as dores de cabeça diárias, a enxaqueca e as cólicas
mensais, a reflexão sobre seu papel não acontece somente no 8M, como as novas
mídias estão grafando este 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Essa ocorre
todo o dia, a todo instante, em casa, no ônibus, no barco, em veículos de
aplicativo ou no metrô apertado, onde sofre e é atormentada pelo assédio
diuturno, moral ou sexual.
Tem que se proteger
também da violência doméstica e encontrar formas de não ser mais uma vítima da
praga do feminicídio. Dados do Monitor
da Violência revelam que os
principais obstáculos ao empoderamento feminino e a efetiva igualdade entre
homens e mulheres seguem sendo os atos violentos, como assassinatos, estupros e
agressões físicas.
Em 2018, 1.206 mulheres
foram mortas, vítimas do machismo. Apesar de, em 2019, os feminicídios terem se
reduzido em 14%, não significa, necessariamente, a diminuição da violência
doméstica e intrafamiliar.
Meninas e mulheres são
diariamente atingidas, dentro do próprio lar, por pessoas conhecidas e em
circunstâncias ainda toleradas socialmente na cultura brasileira. Além da
morte, o horror do estupro não denunciado segue em escala geométrica. Em 2018,
haviam sido, em território brasileiro, mais de 66 mil casos de violência
sexual, quase 180 estupros por dia.
Mulher, apesar deste
quadro de desalento, preocupação e desesperança, sobreviveste a mais 1 dia, chegando
cansada, mas inteira em casa, para seguir cuidando e acalentando todos que
precisam de você.
Feliz dia para você,
mulher, que merece a vida e o mundo. Que diz que “não é não” e deve ser
respeitada. Que pôs a humanidade no mundo e que ainda sofre no dia a dia com o
menosprezo, com a desvalorização, mas que tem sempre disponível seu beijo, seu
abraço e seu afago para os filhos, marido, namorado ou pessoas queridas. Sem
você, não existiríamos!
(*)
Jornalista, auditor fiscal aposentado, conselheiro da ABI (Associação
Brasileira de Imprensa) e coordenador de Estudos Socioeconômicos da Anfip
(Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil)
https://www.diap.org.br/index.php/noticias/artigos/89765-mulher-trabalho-e-violencia
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