Partido dos Trabalhadores

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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

‘órfãos de Lula’, DIZ O JORNAL FRANCÊS LE MONDE

A mídia grande que representa os interesses da direita e dos poderosos brasileiros tenta dizer que o PT e Lula eleitoralmente morreram.

Ela – essa parte – mídia não disse isso de outros partidos, de qualquer espectro político-eleitoral por quê?
A seguir leia a matéria do blogue Maria Frô sobre o que diz o jornal francês, que fez uma grande reportagem sobre o sentimento eleitorado brasileiro, com relação a Lula e ao PT.

Le Monde: Belagua, os órfãos de Lula do Nordeste Brasileiro
A longa reportagem do Le Monde mostra que fazer a leitura apressada de que o PT está morto, considerando os resultados das eleições municipais, é um equívoco. Antes da reportagem do Jornal francês, a pesquisa Vox Populi/CUT também apontou que quem acredita nisso não conhece o Brasil profundo: Lula isoladamente aparece à frente em qualquer cenário eleitoral, mesmo com toda a campanha de criminalização da mídia e justiça tucanas.

Le Monde traça o perfil dos “órfãos de Lula”
Por RFI
30/10/2016
mediaA reportagem do jornal Le Monde foi até a cidade de Belágua, no Maranhão, encontrar os “órfãos de Lula”Le Monde

O jornal francês Le Monde que chegou às bancas na tarde deste sábado (29) traz uma longa reportagem às vésperas do segundo turno das eleições municipais no Brasil. O texto se baseia na história de moradores de uma cidade do Maranhão, que dependem das ajudas do governo, e que agora se questionam se devem ou não continuar apoiando o Partido dos Trabalhadores (PT).
Claire Gatinois, a correspondente do Le Monde no Brasil, foi até a cidade de Belágua, no Maranhão, para conhecer aqueles que ela classifica no título da matéria de página inteira como “os órfãos de Lula”. A jornalista explica como a localidade de sete mil habitantes se transformou após a passagem do PT pelo poder. “Desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, a vida miserável dos moradores do vilarejo, classificado como o mais pobre do estado mais pobre do Brasil, mudou”, relata no texto.

A correspondente enumera os avanços concretizados nos últimos anos, como o asfalto nas principais ruas, a eletricidade, inclusive nos locais mais afastados, o índice de mortalidade em queda e escolas e casas de alvenaria que substituíram as tradicionais construções de taipa. “Cada um desses avanços é associado pelos moradores a um programa social do PT, seja o Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, Mais Educação ou o Bolsa Família, que beneficiam praticamente todos os lares da cidade”, explica.
“Mesmo se os casos de corrupção forem verdadeiros, votarei em Lula em 2018”

A jornalista comenta que o impeachment da presidente brasileira Dilma Rousseff deixou arrasada a população de Belágua, onde a petista foi reeleita com 94% dos votos em 2014. Mas a reportagem também mostra que, para muitos moradores, as denúncias contra o PT não mudaram em nada o apoio dos eleitores a Lula. “Eu ouvi falar dos casos de corrupção. Mas mesmo se for verdade, votarei nele”, comenta uma moradora, questionada pela jornalista sobre os escândalos visando o ex-presidente e sua possível candidatura caso ele possa concorrer em 2018.

A correspondente pondera que os moradores de Belágua não apoiaram a reeleição do candidato do PT nas eleições municipais, e que o petista Adalberto do Nascimento Rodrigues, que tentava se reeleger, foi derrotado no primeiro turno por Herlon Costa, do PTN. “Mas no Brasil, as legendas eleitorais nas eleições locais não querem dizer muita coisa”, comenta. “Os moradores votaram em busca de mudanças”, descontentes com algumas promessas que não foram cumpridas pela administração petista, analisa Le Monde.

Além disso, o texto explica que “os moradores têm consciência de que o Brasil atravessa turbulências” atualmente e que, com o governo de Michel Temer, chegou a hora da austeridade, principalmente com “os rumores de que os programa sociais podem acabar”, caso o congelamento das despesas públicas seja implementado.

“As pessoas estão com medo e elas têm razão”, comenta o novo prefeito Herlon Costa. “Mas é absurdo pensar que alguns vivem do Bolsa Família como dependentes preguiçosos. Essa ajuda permite sobreviver como complemento de um trabalho que não remunera o suficiente”, explica Costa nas páginas do jornal francês.

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