Ela – essa parte – mídia não disse isso de outros partidos, de qualquer
espectro político-eleitoral por quê?
A seguir leia a matéria do blogue Maria Frô sobre o que diz o jornal
francês, que fez uma grande reportagem sobre o sentimento eleitorado
brasileiro, com relação a Lula e ao PT.
“Le Monde:
Belagua, os órfãos de Lula do Nordeste Brasileiro
A longa reportagem do Le Monde mostra
que fazer a leitura apressada de que o PT está morto, considerando os
resultados das eleições municipais, é um equívoco. Antes da reportagem do
Jornal francês, a pesquisa Vox Populi/CUT também
apontou que quem acredita nisso não conhece o Brasil profundo: Lula
isoladamente aparece à frente em qualquer cenário eleitoral, mesmo com toda a
campanha de criminalização da mídia e justiça tucanas.
Le Monde traça o perfil dos “órfãos de Lula”
Le Monde traça o perfil dos “órfãos de Lula”
Por RFI
30/10/2016
A reportagem do jornal Le Monde foi até a cidade de Belágua, no Maranhão, encontrar os “órfãos de Lula”Le Monde
30/10/2016
A reportagem do jornal Le Monde foi até a cidade de Belágua, no Maranhão, encontrar os “órfãos de Lula”Le Monde
O jornal francês Le Monde que chegou às
bancas na tarde deste sábado (29) traz uma longa reportagem às vésperas do
segundo turno das eleições municipais no Brasil. O texto se baseia na história
de moradores de uma cidade do Maranhão, que dependem das ajudas do governo, e
que agora se questionam se devem ou não continuar apoiando o Partido dos
Trabalhadores (PT).
Claire Gatinois, a correspondente do Le Monde
no Brasil, foi até a cidade de Belágua, no Maranhão, para conhecer aqueles que
ela classifica no título da matéria de página inteira como “os órfãos de Lula”.
A jornalista explica como a localidade de sete mil habitantes se transformou
após a passagem do PT pelo poder. “Desde a eleição de Luiz Inácio Lula da
Silva, a vida miserável dos moradores do vilarejo, classificado como o mais
pobre do estado mais pobre do Brasil, mudou”, relata no texto.
A correspondente enumera os avanços concretizados
nos últimos anos, como o asfalto nas principais ruas, a eletricidade, inclusive
nos locais mais afastados, o índice de mortalidade em queda e escolas e casas
de alvenaria que substituíram as tradicionais construções de taipa. “Cada um
desses avanços é associado pelos moradores a um programa social do PT, seja o
Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, Mais Educação ou o Bolsa Família, que
beneficiam praticamente todos os lares da cidade”, explica.
“Mesmo se os casos de corrupção forem verdadeiros,
votarei em Lula em 2018”
A jornalista comenta que o impeachment da presidente brasileira
Dilma Rousseff deixou arrasada a população de Belágua, onde a
petista foi reeleita com 94% dos votos em 2014. Mas a reportagem também mostra
que, para muitos moradores, as denúncias contra o PT não mudaram em nada o
apoio dos eleitores a Lula. “Eu ouvi falar dos casos de corrupção. Mas mesmo se
for verdade, votarei nele”, comenta uma moradora, questionada pela jornalista
sobre os escândalos visando o ex-presidente
e sua possível candidatura caso ele possa concorrer em 2018.
A
correspondente pondera que os moradores de Belágua não apoiaram a reeleição do
candidato do PT nas eleições municipais,
e que o petista Adalberto do Nascimento Rodrigues, que tentava se reeleger, foi
derrotado no primeiro turno por Herlon Costa, do PTN. “Mas no Brasil, as
legendas eleitorais nas eleições locais não querem dizer muita coisa”, comenta.
“Os moradores votaram em busca de mudanças”, descontentes com algumas promessas
que não foram cumpridas pela administração petista, analisa Le Monde.
Além disso, o texto explica que “os moradores têm
consciência de que o Brasil atravessa turbulências” atualmente e que, com o
governo de Michel Temer, chegou a hora da austeridade, principalmente com “os
rumores de que os programa sociais podem acabar”, caso o congelamento das
despesas públicas seja implementado.
“As pessoas estão com medo e elas têm razão”,
comenta o novo prefeito Herlon Costa. “Mas é absurdo pensar que alguns vivem do
Bolsa Família como dependentes preguiçosos. Essa ajuda permite sobreviver como
complemento de um trabalho que não remunera o suficiente”, explica Costa nas páginas do jornal francês.
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