Ex-presidente
disse que a corrupção no Brasil “é uma mocinha de muito poucos anos, quase um
bebê”
A declaração do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB-SP) de que a corrupção na Petrobras é um fato novo no Brasil
incomodou parlamentares petistas. A fala foi considerada uma ofensa aos
brasileiros que conhecem a história recente da política no País.
Em entrevista ao canal “Globo News” na noite
de quinta-feira (19), o tucano afirmou que a corrupção no Brasil “é uma mocinha
de muito poucos anos, quase um bebê”. A declaração foi uma referência à fala da
presidenta Dilma Rousseff dita na segunda-feira (16), de que a
corrupção é uma “senhora bastante idosa” neste País.
Para o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), a
frase o ex-presidente é um desrespeito às pessoas que conhecem
minimamente a história do Brasil. Segundo ele, o equívoco de FHC se deu
pela sanha de atacar o PT e a presidenta Dilma. “É preciso perguntar ao
ex-presidente por que algumas pessoas esconderam dinheiro no banco HSBC no
exterior, desde a década de 1990”, questiona o deputado.
A história comprova que muito antes de deflagrada a
Lava Jato, denúncias sobre esquemas fraudulentos na petrolífera despontavam,
ainda que timidamente, na mídia.
Em 1996, o jornalista Paulo Francis, então
apresentador do programa “Manhattan Connection”, denunciou o que seria o
embrião do esquema de corrupção na Petrobras. “Roubam… superfaturamento…é a
maior quadrilha que já existiu no Brasil”, declarou, ao vivo. A imprensa não
deu repercussão ao assunto e Francis chegou a ser processado pela acusação.
Outros atos de corrupção ocorridos durante a
era tucana são considerados tão graves para o deputado quanto os descobertos
recentemente. Fontana diz ser no mínimo estranho FHC desconhecer o
mensalão mineiro e as investigações sobre os casos de corrupção na Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), também conhecido como o trensalão
tucano, durante os governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do
PSDB.
O parlamentar ressalta que desde 2003 os
governos do PT buscaram combater de forma efetiva a corrupção.
Em 2001, havia cerca de quatro mil processos de investigação de corrupção
parados nas gavetas do então procurador-geral República, Geraldo Brindeiro,
marcado como o “engavetador-geral da República”.
Fontana destacou ainda o fortalecimento e a
autonomia conquistados pela Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP),
que não sofrem mais qualquer intervenção do Executivo.
A deputada federal Margarida Salomão (PT-MG)
acredita que a afirmação de FHC revela que o intelecto do
ex-presidente está sendo prejudicado pela disputa partidária e pelo ódio
político.
“Ao dizer que a corrupção no Brasil é um bebê, o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dá mostras indiscutíveis de
senilidade”, afirma a deputada.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias
http://www.pt.org.br/memoria-seletiva-de-fhc-e-desrespeito-ao-povo/
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