Era, formalmente, o fim da
ditadura civil-militar e a “Nova República”, que se instalava.
A
ditadura havia durado tenebrosos 21 anos e praticou assassinatos, prisões,
exílios, cassações de mandatos, aposentadoria compulsória de cargos públicos,
demissão de servidores estáveis etc., e se iniciou em 1º de abril de
1964.
No
entanto, a data do golpe civil-militar é rememorado em 31 de março. Isto para
fugir da má fama do dia 1º dia abril, que poderia dar a entender que o golpe e
ditadura seriam ou foram algo de "mentira".
Muita
gente quer o atribui à ditadura apenas aos militares. Todavia, os livros mais
sérios informam que ele, o período ditatorial foi produto de um conluio entre as
elites civis e militares.
A
ditadura daquela época causou muitos atrasos ao Brasil, pois muitos “cérebros”,
em verdade cientistas e estudiosos de várias áreas do conhecimento, tiveram que
sair deste País, exilados.
A transição daquela época, de 38 anos atrás, foi um rebu e momento de medo impressionantes. Muitas pessoas adultas e milhares de jovens não sabem e não dialogam sobre esses fatos.
A mídia grande também não faz esse debate. Mas há muitos verdadeiros e
bons conteúdos sobre a temática.
Hoje,
a jornalista Tereza Cruvinel escreveu um excelente artigo a respeito daquela
transição, que ocorreu em uma data como hoje, 15 de março de 1985.
A seguir, você pode ler o mencionado artigo jornalístico, publicado no saite Brasil247:
“Sarney
e a manhã da democracia, há 38 anos
Se estamos
aqui varrendo o lixo imundo que Bolsonaro deixou sob os tapetes foi porque a
democracia sobreviveu ao longo destes 38 anos que começaram naquela manhã de 15
de março de 1985.
Eu era uma
jovem repórter de O Globo e estava lá, cobrindo a posse do vice-presidente
eleito José Sarney, em lugar de Tancredo Neves, que na véspera fora internado e
operado, e viria a morrer 41 dias depois.
Anos depois
Sarney escreveria numa crônica, na Folha de S. Paulo, que descera a Esplanada
"contemplando espatódias tristes". Elas florescem nessa época em
Brasília. E no discurso no Planalto disse a frase que nós, jornalistas,
entendemos muito bem: "Estou aqui com os olhos de ontem". Não
dormira.
A noite fora de agonia política, em longas negociações entre próceres da Nova República nascente e representantes da ditadura que chegava ao fim, como Leitão de Abreu, chefe do gabinete civil de Figueiredo.
A pergunta crucial era se
Sarney, que ainda não era vice de fato, pois não fora empossado, poderia
substituir Tancredo. O risco era o de que os militares não aceitassem e
aproveitassem para se manter no poder. A ditadura ganharia sobrevida.
Há pouco
conversei com Sarney sobre aqueles idos de março de 1985. E ele destacou na
conversa o papel pouco reconhecido do general Leônidas Pires Gonçalves, já
indicado ministro do Exército (ainda não havia ministério da Defesa, cada arma
tinha seu ministro). Leitão era um jurista respeitado, ex-ministro do STF, mas
foi principalmente a espada de Leônidas que garantiu a posse de Sarney.
Havia quem
defendesse a posse do presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, que mais tarde
recordaria o papel de Leônidas:
- O meu
'Pontes de Miranda' estava lá, fardado, e com a espada me cutucando e dizendo
que quem tinha de assumir era o Sarney.
Decorrido o
tempo e tantos solavancos, Sarney me dizia ontem que seus dois maiores orgulhos
são ter conduzido a transição com segurança, evitando agitação militar, e ter
convocado a Assembleia Nacional Constituinte que nos deu a Carta que nos guia.”
https://www.brasil247.com/blog/sarney-e-a-manha-da-democracia-ha-38-anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário