Partido dos Trabalhadores

Partido dos Trabalhadores

quarta-feira, 15 de março de 2023

HÁ EXATOS 38 ANOS A DEMOCRACIA TREMIA

Era, formalmente, o fim da ditadura civil-militar e a “Nova República”, que se instalava. 

A ditadura havia durado tenebrosos 21 anos e praticou assassinatos, prisões, exílios, cassações de mandatos, aposentadoria compulsória de cargos públicos, demissão de servidores estáveis etc., e se iniciou em 1º de abril de 1964. 

No entanto, a data do golpe civil-militar é rememorado em 31 de março. Isto para fugir da má fama do dia 1º dia abril, que poderia dar a entender que o golpe e ditadura seriam ou foram algo de "mentira".

Muita gente quer o atribui à ditadura apenas aos militares. Todavia, os livros mais sérios informam que ele, o período ditatorial foi produto de um conluio entre as elites civis e militares.

A ditadura daquela época causou muitos atrasos ao Brasil, pois muitos “cérebros”, em verdade cientistas e estudiosos de várias áreas do conhecimento, tiveram que sair deste País, exilados.  

 A transição daquela época, de 38 anos atrás, foi um rebu e momento de medo impressionantes. Muitas pessoas adultas e milhares de jovens não sabem e não dialogam sobre esses fatos. 

A mídia grande também não faz esse debate. Mas há muitos verdadeiros e bons conteúdos sobre a temática.

Hoje, a jornalista Tereza Cruvinel escreveu um excelente artigo a respeito daquela transição, que ocorreu em uma data como hoje, 15 de março de 1985.

A seguir, você pode ler o mencionado artigo jornalístico, publicado no saite Brasil247: 

Sarney e a manhã da democracia, há 38 anos

Se estamos aqui varrendo o lixo imundo que Bolsonaro deixou sob os tapetes foi porque a democracia sobreviveu ao longo destes 38 anos que começaram naquela manhã de 15 de março de 1985.

Eu era uma jovem repórter de O Globo e estava lá, cobrindo a posse do vice-presidente eleito José Sarney, em lugar de Tancredo Neves, que na véspera fora internado e operado, e viria a morrer 41 dias depois.

Anos depois Sarney escreveria numa crônica, na Folha de S. Paulo, que descera a Esplanada "contemplando espatódias tristes". Elas florescem nessa época em Brasília. E no discurso no Planalto disse a frase que nós, jornalistas, entendemos muito bem: "Estou aqui com os olhos de ontem". Não dormira.

A noite fora de agonia política, em longas negociações  entre próceres da Nova República nascente e representantes da ditadura que chegava ao fim, como Leitão de Abreu, chefe do gabinete civil de Figueiredo. 

A pergunta crucial era se Sarney, que ainda não era vice de fato, pois não fora empossado, poderia substituir Tancredo. O risco era o de que os militares não aceitassem e aproveitassem para se manter no poder. A ditadura ganharia sobrevida.

Há pouco conversei com Sarney sobre aqueles idos de março de 1985. E ele destacou na conversa o papel pouco reconhecido do general Leônidas Pires Gonçalves, já indicado ministro do Exército (ainda não havia ministério da Defesa, cada arma tinha seu ministro). Leitão era um jurista respeitado, ex-ministro do STF, mas foi principalmente a espada de Leônidas que garantiu a posse de Sarney.

Havia quem defendesse a posse do presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, que mais tarde recordaria o papel de Leônidas:

- O meu 'Pontes de Miranda' estava lá, fardado, e com a espada me cutucando e dizendo que quem tinha de assumir era o Sarney.

Decorrido o tempo e tantos solavancos, Sarney me dizia ontem que seus dois maiores orgulhos são ter conduzido a transição com segurança, evitando agitação militar, e ter convocado a Assembleia Nacional Constituinte que nos deu a Carta que nos guia.

https://www.brasil247.com/blog/sarney-e-a-manha-da-democracia-ha-38-anos

Nenhum comentário:

Postar um comentário