Inicialmente - lá em Tóquio, capital do Japão, país localizado
no continente asiático, banhado pelo Oceano Pacífico, que sediaram os jogos
pela 2ª vez, sendo a 1ª em 1964, com diferença de fuso horário com doze horas a
mais que o Brasil, porque quando são seis horas da manhã no Brasil já são dezoito
horas da noite no Japão, aconteceram dois eventos desportivos mundiais, nesses
meses de agosto e de setembro.Um foram as Olimpíadas,
em cujos jogos o Brasil foi muito bem, ganhando 21
medalhas. 7 delas foram de ouro, 6 de prata e 8 de bronze. Números que levaram
o Brasil à 12ª colocação entre todos os países participantes.
Se somados os dois eventos, as equipes brasileiras conquistaram 93 medalhas e ficaram em 8ª colocação entre todos os países participantes dos dois jogos.Outro foram as Paralimpíadas
encerradas ontem, 5 de setembro.
De logo, Paraolimpíadas ou Paralimpíadas? Os jogos
eram chamados de Paraolimpíadas até 2010. A partir de 2011, os jogos passaram a
ser chamados de Paralimpíadas, conforme decisão do CPI (Comitê
Paralímpico Internacional). Por conseguinte, atualmente, a palavra correta
passou a ser Paralimpíadas.
A seguir, este blogue apresenta você leitora ou
leitor a excelente matéria publicada pela CUT (Central Única das Trabalhadoras
e dos Trabalhadores), no endereço virtual abaixo informado, onde você leitora
ou leitor poderá assistir a alguns vídeos.
“BRASIL FEZ EM TÓQUIO SUA MAIOR CAMPANHA EM
PARALIMPÍADAS
Delegação alcança mesmo recorde de medalhas da
Rio-2016 e colocação mais alta, ao lado da de Londres-2012. Porém, total de
ouros faz capital japonesa sediar o que nunca havia sido feito antes
Foi no último dia, na penúltima chance e no limite.
Mas o Brasil conseguiu fazer em Tóquio a maior campanha da delegação
paralímpica em todos os tempos. Fechou o quadro de medalhas na sétima colocação com 22 de
ouro, 20 de prata e mais 30 de bronze, somando 72.
O número total é igual ao da Rio-2016, os dois mais
altos desde que os Jogos Paralímpicos começaram, em Roma-1960. A posição também
é a mais alta e igual à alcançada em Londres-2012. Mas o total de vezes que os
atletas brasileiros foram ao ponto mais alto do pódio nunca havia sido
alcançado. Antes, eram 21 vezes, na capital inglesa nove anos atrás. E como não
poderia deixar de ser, houve surpresas, positivas e, claro, negativas.
A derradeira medalha brasileira saiu na maratona da
classe T46 com Alex Pires. Uma prata arrancada no que ele chamou de smart
run. Nenhum grande segredo, apenas uma prova pensada onde a estratégia era
largar com tranquilidade, sem empolgação, e crescer no final. Deu tão certo que
ele chegou a vislumbrar o ouro, mas acabou segurando no final, até pela
lembrança nada agradável da Rio-2016, quando era uns dos favoritos, mas teve de
abandonar logo depois da metade justamente por não aguentar o ritmo.
Caso a smart run não tivesse dado
certo, ainda haveria uma chance com Vitor Tavares, no badminton, o último
brasileiro a competir nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, mas ele foi derrotado
de virada pelo britânico Krysten Coombs na disputa do bronze.
Gol, goal e a redenção de Beth
Algumas medalhas conquistadas pelo Brasil foram
muito emblemáticas. A começar pelo Futebol de 5, modalidade específica para
deficientes visuais. Não que não fosse esperada, a seleção era mais do que
favorita, pois nunca perdeu um jogo sequer e, portanto, chegou na capital
japonesa como tetracampeã paralímpica, além de pentacampeã mundial. Mas a final
foi contra a Argentina, time que ainda não havia sido derrotado pelo Brasil em
jogos.
Mais do que isso, nunca havia tomado sequer um gol.
Eram três jogos, três 0 a 0. Pois Nonato, ao vivo para todo o país, vazou pela
primeira vez a meta rival em um gol antológico que valeu o pentacampeonato. No
mesmo Japão onde a seleção de futebol havia conquistado o penta da Copa do
Mundo 19 anos antes.
O experiente Nonato acabou como artilheiro da
competição e, depois da final, narrou o próprio gol dentro da percepção que
tem, como deficiente visual, dentro de quadra.
Vamos rever o lance do título
do Brasil no #FutebolDe5 em
cima da Argentina com a narração de… Nonato! Sim, o dono do gol!
O artilheiro da seleção
brasileira, com seis gols nos #JogosParalimpicos,
narrou o que ele “enxergou” da jogada que os levaram até a vitória. Que golaço!
Ainda nos esportes de gol, destaque para a medalha
de ouro do goalball, perseguida com tanta gana pelos atletas brasileiros desde
que perderam a final em Londres-2012 para a Finlândia.
Comandados por Romario Marques e suas quatro
Paralimpíadas nas costas, o trio completado pelo melhor do mundo, Leomon
Moreno, e o sucessor das duas lendas, Josemarcio Sousa, o Parazinho, foi muito
superior a todos os rivais e colocou a dourada no peito após derrotar a China
por 7 a 2 na final. Destaque também para as duas sapecadas que deram na
Lituânia, até então campeã paralímpica, uma por 11 a 2 na estreia e outra por 9
a 5 na semifinal
Entre as mulheres, como não enaltecer Elisabeth
Gomes, a Beth Gomes, que aos 56 anos lançou o disco para lá do Deus me livre e
conquistou o ouro no, obviamente, lançamento do disco após ser impedida de
disputar a Rio-2016. Esperou cinco anos para poder competir e, no dia da prova,
foi a última a entrar na área de lançamentos. Estava com tanta gana que
garantiu a medalha de ouro logo na primeira tentativa. Na quinta, de seis,
bateu o próprio recorde mundial e ali mesmo desabou em lágrimas numa das cenas
mais comoventes dos Jogos. Mas teve mais.
No sexto e último lançamento mandou o disco a
assombrosos 17m62 para derrubar novamente o recorde mundial e, junto com a
chuva que caía no Estádio Olímpico, lavar a alma com a consagração de uma luta
contra a esclerose múltipla. “Digo sempre que a esclerose múltipla é minha
amiga, caminha do meu lado, mas nunca vai me vencer.”
Ainda nos esportes de gol, destaque para a medalha
de ouro do goalball, perseguida com tanta gana pelos atletas brasileiros desde
que perderam a final em Londres-2012 para a Finlândia. Comandados por Romario
Marques e suas quatro Paralimpíadas nas costas, o trio completado pelo melhor
do mundo, Leomon Moreno, e o sucessor das duas lendas, Josemarcio Sousa, o
Parazinho, foi muito superior a todos os rivais e colocou a dourada no peito
após derrotar a China por 7 a 2 na final.
Destaque também para as duas sapecadas que deram na
Lituânia, até então campeã paralímpica, uma por 11 a 2 na estreia e outra por 9
a 5 na semifinal.
São muitos outros ouros que poderiam ser lembrados
aqui. Os três de Maria Carlina Santiago na natação, a maior campeã brasileira
nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. A contundente vitória de Alana Maldonado no
judô; Yelstin Jacques, que ganhou a primeira do atletismo na capital japonesa
e, depois, a centésima brasileira na história dos Jogos.
O cantado bi de Petrúcio Ferreira, o atleta
paralímpico mais rápido do mundo, nos 100m rasos, ou o inesperado título de
Nathan Torquato no taekwondo. São muitos, certamente cometi injustiças.
Escrito por: jornalista André Rossi para a RBA (Rede Brasil Atual)
https://www.cut.org.br/noticias/brasil-fez-em-toquio-sua-maior-campanha-em-paralimpiadas-127b