O desastre que já era dito
e sabido. Com a chegada da pandemia, fica mais agrado ainda. Mesmo assim o PSDB
opta por tudo isso, inclusive pelo comportamento fascista de Bolsonaro, dizendo
não ao seu impedimento para administrar o Brasil.
A atitude de Dilma Vana
Rousseff é primorosa e seu texto de leitura obrigatória para se compreender as
ações de golpistas e a forte resistência do povo brasileiro.
O escrito pela
ex-presidenta poderá ser lido a seguir:
“Ex-presidenta Dilma Rousseff
denuncia traição do PSDB à democracia. Sigla manifestou intenção de proteger
Bolsonaro de um impeachment e mantê-lo no cargo até o fim do mandato. “O
anúncio da adesão dos tucanos, feito ontem pelo presidente nacional do partido,
é chocante porque contraria o consenso nacional, trai a luta pela democracia e
insulta a memória de mais 40 mil vítimas fatais de uma doença que Bolsonaro
despreza e decidiu não combater”, afirma Dilma.
Foto: Roberto Stuckert Filho
Foto: Roberto Stuckert Filho
No momento em que as forças de oposição concordam
que o afastamento de Bolsonaro é condição
indispensável para que o Brasil seja capaz de enfrentar
a epidemia da Covid19, reduzir e gerir o impacto econômico e social sobre a
população e afastar do horizonte a ameaça de uma ruptura definitiva com a democracia, o PSDB anuncia que, por ele, Bolsonaro será
protegido de um impeachment e mantido no
cargo até o fim do mandato.
O anúncio da adesão dos tucanos, feito ontem pelo
presidente nacional do partido, é chocante porque contraria o consenso
nacional, trai a luta pela democracia e insulta a memória de mais 40 mil
vítimas fatais de uma doença que Bolsonaro despreza e decidiu não combater.
Só não se pode dizer que o PSDB está traindo a si
mesmo. Sempre que descem do muro, os tucanos descem para o lado errado. O
partido deu início ao movimento que levou ao golpe de 2016 e liderou a sabotagem movida contra
mim no Congresso. Participou do governo golpista
e, hoje, se acumplicia com um governo fascista. O faz em nome do que chama de
“paciência democrática”. Mas em 2016, diante de um governo recém-eleito e que
jamais pôde ser acusado de autoritário, não soube se resignar à vontade
manifesta dos eleitores.
O golpe foi gestado no inconformismo do PSDB com a
derrota nas urnas, e quem confessou isto foi o ex-presidente do partido, Tasso
Jereissatti, com surpreendente sinceridade: “O PSDB cometeu erros memoráveis. O
primeiro foi questionar o resultado eleitoral. Começou no dia seguinte à
eleição. O segundo erro foi votar contra princípios básicos nossos, sobretudo
na economia, só para ser contra o PT. Mas o grande erro foi entrar no governo Temer.
Fomos engolidos pela tentação do poder”, disse Tasso. Vamos acrescentar um
quarto e avassalador erro: a “paciência democrática”com o fascismo de Bolsonaro
em nome de uma pauta neoliberal.
Ávido por poder, o PSDB participou da derrubada de
uma presidenta que não cometeu crime de responsabilidade e, agora, de novo
tentado pelo poder, se opõe ao impeachment de um presidente flagrado em
inúmeros crimes, repetidos e continuados. “Paciência democrática” é subterfúgio
verbal. Trata-se de escrachado descompromisso com a democracia, desumana
indiferença diante da doença e das mortes por Covid-19, e devastadora alienação diante do desemprego, miséria e fome que afligem o povo brasileiro.
Justamente quando Bolsonaro passa por acentuada
desmoralização, quando o mundo o repele e quando muitos bolsonaristas de
primeira hora rompem com ele é que o PSDB se atira nos braços do neofascismo. A
verdade é que a “paciência democrática” dos tucanos também pode ser traduzida
por submissão a quem quer que prometa comandar o desastre neoliberal. No
momento, este desastre se manifesta na inexistência de políticas públicas
do governo Bolsonaro, que ameaça reduzir e até cortar o auxílio emergencial,
não se importa em conter a explosão do desemprego, é indiferente e até
considera virtuosa a informalidade que insituiu um “precariado” sem direitos,
graças às reformas trabalhistas, e se omite diante da falência das micro,
pequenas e médias empresas, que estão sem caixa e sem crédito.
Com a adesão a Bolsonaro, o PSDB desacredita seu
mais famoso integrante, FHC, que assinou um manifesto pela democracia. A democracia do PSDB é
casada com o neofascismo. Na primeira metade dos anos 1980, o grande cronista
Luis Fernando Verissimo criou um personagem que batizou de “Velhinha de
Taubaté, a última pessoa que ainda acreditava no governo” do general
Figueiredo. Neste momento, a direção nacional do PSDB está fazendo de FHC a
“velhinha de Taubaté do bolsonarismo”. - DILMA ROUSSEFF
https://pt.org.br/psdb-adere-a-bolsonaro-e-traz-de-volta-a-velhinha-de-taubate/
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