Partido dos Trabalhadores

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domingo, 30 de novembro de 2014

PT2014-Estadual-EM MACEIÓ PARTIDO FAZ ANÁLISE DA ELEIÇÃO E DEBATE AÇÕES PARA 2015

No próximo dia 6 de dezembro, em Maceió, no auditório do Sindicato dos Urbanitários, o Partido dos Trabalhadores (PT) alagoano realizará uma análise do resultado das eleições passadas e debaterá ações partidárias para o ano de 2015, no sentido de aprimorá-las.
Essa será uma reunião ampliada do Diretório Estadual, pois contará com a participação de todos os filiados e filiadas no Estado, além de representação Nacional.

PT2014-Municipal-CAMPANHA DE FILIAÇÃO SERÁ UMA DAS AÇÕES DO PARTIDO EM 2015

Uma campanha de filiação e refiliação será promovida pelo Partido dos Trabalhadores no início de 2015. Essa será uma das ações importantes do Partido em 2015 e tem por finalidade provocar o crescimento qualificado da legenda, que conta com quase 400 filiados e filiadas, mas que não têm uma efetiva participação na vida partidária.
A filiação será para as pessoas que quiserem ser filiar ao PT e se engajarem nas lutas municipais por políticas públicas.
A refiliação terá como norte regularizar a situação de antigos filiados que não participam e nem acompanha a vida partidária.

PT2014-Nacional-NO CEARÁ O PARTIDO FAZ BALANÇO DAS ELEIÇÕES E DEFINE ESTRATÉGIAS PARA 2015

Para o vice-presidente do PT, A reunião é determinante para discutir próximas ações do Partido.

O vice-presidente nacional do PT, deputado federal José Guimarães (CE), afirmou, nesta sexta-feira (28), que a primeira reunião do Diretório Nacional do partido após as eleições presidenciais, em Fortaleza (CE), é determinante para discutir as ações do partido para os próximos quatro anos.
“É uma reunião da mais alta importância para o PT, o ponto alto daquilo que nós pretendemos discutir para os próximos, quatro anos, o balanço das eleições e o plano de ação do partido naquelas ações que iremos desenvolver em 2015 e 2016”, explica Guimarães.

O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores faz reunião em Fortaleza, nesta sexta-feira (28) e sábado (29). Na pauta, estão a agenda partidária para 2015, a reforma política, o 35º aniversário do partido, comemorado em fevereiro, o 5º Congresso Nacional do PT, entre outros assuntos. Além disso, a presidenta Dilma Rousseff participará da reunião nesta sexta.

De acordo com o vice-presidente, a escolha de Fortaleza para sediar a reunião é uma forma de aproximar o partido nacional do local, e também dos governos da presidenta Dilma Rousseff e do governador eleito, Camilo Santana.
“Eu considero que essa reunião tem um simbolismo grande para o Ceará, é o reconhecimento do nosso trabalho e principalmente como forma de estreitar cada vez mais a parceria”, afirma o vice-presidente do PT.

Além disso, segundo Guimarães, o partido avaliará, durante reunião do diretório, a situação econômica do País e as novas medidas previstas pela presidenta Dilma, como a nova equipe ministerial anunciada nesta quinta-feira (27).
Farão parte da equipe econômica no segundo mandato Alexandre Tombini, na presidência do Banco Central, Joaquim Levy, no Ministério da Fazenda, e Nelson Barbosa, no Ministério do Planejamento.

“Nós temos a convicção de que o programa econômico que será executado corresponderá ao programa eleito, nas urnas, pelos brasileiros”, diz Guimarães.
Para o governador eleito pelo PT no Ceará, Camilo Santana, a reunião também será importante para avaliar o resultado das urnas e o futuro do partido.

“É um momento de muita reflexão. Temos um grande desafio no Ceará, pois é a primeira vez que o partido se elege para governar o estado. Nós temos a responsabilidade de dar respostas à população do nosso estado, principalmente a mais pobre”, explicou Santana.
Por Mariana Zoccoli, enviada especial da Agência PT de Notícias
http://www.pt.org.br/no-ce-pt-fara-balanco-das-eleicoes-e-definira-estrategias-para-2015/

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Eleições2014-ESCÂNDALO NA PETROBRAS

Isso vem de longe

O argumento de que a corrupção na Petrobras não começou na era Lula é ao mesmo tempo verdadeiro e infame. O fato de ser verdadeiro mostra como a mídia jornalística anda com vista curta, por ser incapaz de enxergar eventos e processos em perspectiva: sim, é verdade que a roubalheira na empresa começou muito antes, e isso precisa ser informado. A roubalheira de hoje – que suscita acusações a integrantes dos partidos aliados PT, PMDB e PP – não pode ser devidamente compreendida sem contextualização.

A face inaceitável do argumento desdobra-se em duas vertentes: a primeira, e mais notória, é haver tanta corrupção com o PT no poder. Quem acreditava na pureza do partido de Lula se decepcionou, para dizer o mínimo. A segunda vertente, ainda não muito bem percebida, é que, se a corrupção é coisa velha no Brasil, antiquíssima, o Brasil não é mais o mesmo, 30 anos depois de uma das maiores mobilizações de massa da história, a campanha das Diretas Já, 25 anos após o início da vigência de um regime democrático constitucional e 16 meses após a explosão nas ruas em junho e julho de 2013.

O país não está mais tão mansinho em face das estripulias dos poderosos. Se ainda os serviços públicos essenciais fossem de qualidade tolerável...

Para se ter ideia das décadas mais recentes de corrupção e turbulência na estatal, recue-se até o governo Sarney. Numa edição dominical do Estado de S. Paulo (4/12/1988), Aluizio Maranhão e Suely Caldas apresentam, em página inteira (aqui retalhada), o que chamaram de “Tiroteio na Avenida Chile”.
 
A presidência e o Exército

O escândalo envolveu um general da ativa, Albérico Barroso Alves, indicado pelo presidente da República para a Diretoria Industrial da Petrobras. Isso levou um editorial do Estadão, datado do dia 18 do mesmo mês, a questionar: “Não se sabe se a solução dada ao escândalo da Petrobrás Distribuidora (BR) atinge mais o presidente da República ou o Exército.”

Deixemos que falem alguns parágrafos da reportagem:

Era um tempo em que banqueiros se mobilizavam para denunciar extorsões...

Para os nostálgicos de uma ditadura que não viveram, esclareça-se que a presença de oficiais-generais na lista de presidentes da Petrobras é amplamente majoritária, senão exclusiva, até a nomeação do advogado Shigeaki Ueki para o cargo pelo general-presidente João Batista Figueiredo, em março de 1979. Ueki fora o ministro de Minas e Energia do general-presidente Ernesto Geisel (1974-79), que havia sido presidente da Petrobras no governo do general-presidente Emílio Médici (1969-74).

Dilma sabia 

Em resumo, a situação da estatal não sofreu nenhuma reforma substantiva de métodos de gestão durante os governos subsequentes: Collor, Itamar, Fernando Henrique e Lula. A presidente Dilma disse em entrevista na Austrália (Valor, 17/11) que o escândalo da Petrobras vem de algum tempo e que nada daquilo lhe era tão estranho.

Usou a primeira pessoa do plural, o que pode significar “nós, no Palácio”, ou ela e o ministro das Minas e Energia, Édison Lobão, ou ela, Lobão e a presidente da empresa, Graça Foster, ou só ela e Graça. E seguiu Dilma: “Nós não sabíamos as pessoas concretas. Mas a investigação, nós sabemos dela”.

Não é bem assim. Pouco tempo depois de tomar posse, em fevereiro de 2012, antes de haver investigação sobre malfeitos, Graça Foster, pessoa da mais estrita confiança da presidente, desmontou a Diretoria Internacional da Petrobras, ocupada por Nestor Cerveró, o primeiro dirigente da petroleira que viria a ser indiciado pelas autoridades judiciárias.

Graça sabia – quem na empresa não sabia? – da existência de tenebrosas transações. Tentou desmontar o esquema sem alarde. Não funcionou. E se Graça sabia, Dilma sabia. Como, aliás, é sua obrigação. Ela não foi eleita para ignorar o que se passa sob seu mando. Se sabia, brota a pergunta: por que não agiu com firmeza? Cerveró, como informou Graça no Congresso, foi “punido” com transferência para a Diretoria Financeira da Petrobras Distribuidora. Parece piada.

Um reduto

O que explica a dificuldade que Dilma e Graça encontram para agir é que a Petrobras foi ocupada desde o início do governo Lula por um condomínio que, basicamente, junta um partido estruturado, o PT, e dois grupos políticos dedicados, em grande parte, a locupletar seus integrantes, o PMDB e o PP.

A turma dos dois partidos “tradicionais” não está preocupada nem com retórica, nem com os destinos da empresa, a não ser naquilo que diz respeito a suas benesses. Mas o comando da empresa está dividido entre saudosos de José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras umbilicalmente ligado a Lula, e defensores de Graça Foster, dilmista considerada por esses uma pessoa competente e séria. E tida pelos primeiros como uma executiva empenhada em destruir a herança de Gabrielli.

Bufunfa gigante

Subjacentes a convicções proclamadas movem-se interesses bem mais concretos. O primeiro é que na Petrobras, segundo informações de pessoas conhecedoras do assunto, se joga dinheiro pelo ralo. E é muito dinheiro. O Estadão falava em 20 milhões de dólares de movimentação diária de recursos da Petrobras Distribuidora, 24 anos atrás. Imagine-se quanto será essa soma hoje. E ela é menor do que a movimentação da empresa-mãe.

A segunda ordem de interesses é corporativa. Brande-se como motivação das críticas à gestão da Petrobras a hipótese de sua privatização, o que representaria a perda de benefícios funcionais de todos conhecidos no mercado de trabalho.

Em meio ao tiroteio, o corpo técnico da empresa, que não é necessariamente nem petista, nem lulista, nem dilmista, nem peemedebista, nem pepista, se sente vilipendiado e humilhado. Como acontece sempre nesses casos, a patuleia não faz distinção entre “bons” e “maus” e começa a tirar sarro de qualquer funcionário da empresa. 

Por Mauro Malin 

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/isso_vem_de_longe

Eleição2014-A BRINCADEIRA DO IMPEACHMENT E OS DESVIOS DE AÉCIO

Há que se ter um mínimo de responsabilidade e parar com essa brincadeira de impeachment. O que está em jogo não é o governo A ou B, mas a normalidade democrática e a necessidade de interromper esse terceiro turno para superar o momento econômico atual.
É irresponsável a exploração do senador Aécio Neves em relação à proposta do governo federal de flexibilizar as metas fiscais.
A política fiscal, no governo Dilma Rousseff, de fato, foi de uma irresponsabilidade à toda prova. Tudo o que Dilma pedia era aceito acriticamente pelo Secretário do Tesouro Arno Agustin, ainda que forçando a mão nas contas, para o pedido poder caber na ficção criada.
Tem que haver formas institucionais de impedir a repetição dessas aberrações.
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Pretender transformar essas barbeiragens em crime de responsabilidade, para levantar a tese do impeachment de Dilma – como pretende o senador Aécio Neves – é uma ação ao mesmo tempo irresponsável e hipócrita
Em 2012 o estado de Minas foi obrigado a assinar com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) um Termo de Ajustamento de Gestão por infração muito pior do que o não cumprimento da meta fiscal: o inadimplemento dos gastos mínimos em saúde e educação. As metas fiscais estão na Lei de Responsabilidade Fiscal. Os limites legais de gastos em saúde e educação estão na LRF e na Constituição Federal.
E Minas não cumpriu.
O TAG previu um escalonamento gradual para o reenquadramento de Minas nas despesas mínimas obrigatórias – por saber não ser possível cavalos de pau em política fiscal. O limite mínimo de 12% na saúde e 25% na educação só seriam alcançados em 2014.
Não pode ter ato pior do que descumprir, e reconhecer mediante confissão, percentuais constitucionais e orçamentários definidos em lei complementar. Seria hipótese de crime de responsabilidade evidente.
***
Pior, houve influência política no trabalho do Tribunal de Contas do Estado. Acatou a tese do déficit – proposta pela procuradora do TCE -, mas não impôs nenhuma medida compensatória.
Como explica um especialista, quem ajusta conduta confessa a inadimplência e recebe o benefício da presunção de boa-fé mediante o ônus de compensar o dano”. Isso não ocorreu em Minas mesmo sendo expressamente exigido no art. “25 da Lei Complementar 141/2012.
Poderia ter ocorrido até a suspensão das transferências constitucionais para o Estado, mas nada foi feito. O tema mereceria uma análise do STF (Supremo Tribunal Federal), para questionar os argumentos de Aécio contra direitos sociais.
Ninguém propôs empichar o governador Antônio Anastasia nem incluir Aécio Neves em crime de improbidade administrativa.
***
Para se passar o país a limpo, o primeiro passo é acabar com esse festival de hipocrisia.
Há um conjunto de práticas daninhas e há uma corrupção generalizada entranhada em todos os poros do sistema político, do PT ao PSDB. Assim como Lula, FHC conhece muitíssimo bem esse jogo, porque ambos praticaram em nome da governabilidade.
Pretender utilizar as denúncias em benefício político próprio, ao preço de desestabilizar a própria economia, é tão imoral quanto praticar a própria corrupção política.
Em vez de brincar de conspirador, faria melhor Aécio em assumir o desafio da construção de uma verdadeira oposição. Se Dilma insistir no estilo do primeiro governo, Aécio precisará esperar apenas quatro anos a mais para conquistar o poder.

CONAE2014-'APÓS ELEIÇÃO, VERDADE COMEÇA A APARECER COM MAIS CLAREZA', DIZ DILMA

Segundo a presidenta, a inflação está sob controle e o combate à corrupção mais forte e severo. Também há sinais de recuperação do crescimento, destacou.
Brasília - A presidenta reeleita Dilma Rousseff afirmou nesta quinta (20), durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), que, com o fim da eleição, “a verdade começa a aparecer com mais clareza”. De acordo com ela, a inflação continua sob controle, conforme ela sustentou durante a campanha, em contraposição aos argumentos da oposição de que o país estava à beira do abismo.

“Com o fim da campanha eleitoral, a verdade começa a aparecer com mais clareza. A inflação está sob controle. Há sinais de recuperação do crescimento e a renda do trabalho continua subindo. Soubemos essa semana que a taxa de desemprego de outubro foi de 4,7%: a mais baixa de toda a série para este ano… aliás, para este mês de outubro de 2014”, esclareceu.

Ela também ressaltou que continuará atuando para que o trabalhador brasileiro não sofra tão intensamente os efeitos da crise, como já o fez neste seu primeiro mandato. “Eu estive, na semana que passou, na reunião anual das 20 maiores economias do mundo, o chamado G20. Lá ficou claro que os efeitos da crise econômica internacional vão persistir por mais algum tempo. Por isso, no Brasil, nós devemos e vamos continuar lutando para que essa crise não se traduza em desemprego, recessão e sofrimento para os trabalhadores”, destacou.

A presidenta reafirmou ainda seu compromisso com o combate à corrupção.

"Falamos a verdade quando destacamos que o combate à corrupção nunca foi tão firme e severo como no meu governo. A Polícia Federal e o Ministério Público estão investigando os corruptos e os corruptores e não há qualquer tipo de pressão do governo para inibir as investigações", ressaltou.

Para a presidente, o país sairá mais forte após o processo de investigação ser concluído. "Não tenho, nunca tive e nunca terei qualquer tolerância com corruptos e corruptores. Queremos investigação e também garantiremos o amplo direito de defesa. O Brasil sairá mais forte desse processo. Mais forte ainda por respeitar as regras do estado de direito", disse.

Prioridade para a educação

A presidenta voltou a afirmar que a educação será a prioridade das prioridades do seu próximo mandato, conforme sua promessa de campanha. Para Dilma, a educação é fundamental para o aprofundamento da democracia e do modelo de inclusão social que os governos dela e do ex-presidente Luiz Inácio da Silva vêm fazendo há 12 anos.

A presidenta também lembrou os avanços que o governo dela já conquistou nesta área. Entre eles, a aprovação do PNE após 3,6 anos tramitando no congresso, a ampliação do número de creches, que somam 8.390 do final do governo Lula até agora, a obrigatoriedade do ensino dos 4 aos 17 anos, que os municípios têm até 2016 para implantar, além do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, que via melhorar a qualidade da relação das crianças com o saber.

Como suas principais vitórias, Dilma citou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) que, a partir de 2015, abrirá mais 12 milhões de vagas para capacitação.  “O Pronatec é gratuito, o que o torna uma grande política para o brasil”, afirmou ela, lembrando que iniciativas semelhantes selecionavam o acesso pela rena da pessoa.

No Dia Nacional da Consciência Negra, ela destacou a importância da Lei de Cotas, que garantiu maior acesso da população negra à universidade. “A Lei de Cotas foi o primeiro passo de um país que, no censo de 2010, se declarou majoritariamente da raça negra”, avaliou. A presidenta ressaltou também o Programa Ciências sem Fronteiros, que já distribuiu 101 mil bolsas para brasileiros estudarem no exterior e, a partir do ano que vem, oferecerá mais 100 mil.

Dilma pediu ajuda aos delegados para a auxiliarem a seguir com as mudanças que o país precisa. “Vou continuar coerente com o que penso e com o que temos feito pelo Brasil e pelos brasileiros nos últimos 12 anos. Os votos que eu recebi foram votos claros, votos pela inclusão social, pelo emprego, pelo desenvolvimento, pela estabilidade política e econômica, por investimento maior na infraestrutura e na modernização do nosso país. E, sobretudo, foram votos por mais investimentos em educação. Não vamos esquecer isto”.

Compromisso com a participação social

A presidenta também reafirmou seu compromisso com a participação social, regulada por decreto assinado por ela em maio deste ano e sob forte ataque das forças conservadoras do país.  “Nós sabemos que em regimes democráticos - regimes verdadeiramente democráticos, não formalmente democráticos, mas verdadeiramente democráticos -, as políticas relevantes para a população podem e devem ser debatidas diretamente com a sociedade. Esse debate é um debate muito rico, é um debate que dá sugestões, traça caminhos, aponta prioridades”, justificou.

A presidenta atacou o argumento contrário usado por muitos parlamentares de que a participação social retirará poder e representatividade do Congresso Nacional.

“Nós sabemos que a democracia representativa, que é a nossa, tem o Congresso e as casas legislativas como um dos espaços privilegiados e fundamentais de deliberação. Agora, garantir à sociedade civil organizada o direito de opinar, de falar, de criticar, de dar sugestões e de contribuir com a sua experiência, seu conhecimento e suas reivindicações caracteriza a democracia numa sociedade moderna e inclusiva”, defendeu.

Para Dilma, “a inclusão social é também a inclusão da participação popular nas políticas públicas”. E como exemplo de como a participação social pode ser importante para mudar um país para melhor, ela citou o próprio Conae, que definiu como um evento histórico para a educação e a democracia brasileiras.

“Sua preparação envolveu 776 mil delegados, com 2.824 conferências municipais e intermunicipais de educação, e 22.175 delegados das 26 conferências estaduais e da uma distrital. É algo, de fato, que deve nos orgulhar. Poucos países têm um processo de participação desse porte: 1 milhão e 800 mil participantes nas conferências livres e de interações da rede social da Conae. No total, 2 milhões e 600 mil pessoas discutiram e pensaram a educação do país. Quase um Uruguai: 2 milhões e 600 mil pessoas”, contabilizou.

 A 4ª Conae reúne quatro mil participantes de todas as regiões do país e, até o próximo domingo (23), pretende apontar soluções para a regulamentação do Plano nacional de Educação (PNE), aprovado este ano sem vetos pela presidenta Dilma Rousseff. O evento acontece no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília.
Por Najla Passos
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/-Apos-eleicao-verdade-comeca-a-aparecer-com-mais-clareza-diz-Dilma%0A/4/32277

Eleições2014-“Clube” repassou R$ 21,2 milhões a candidatos da oposição

Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra, Antonio Anastasia, Pimenta da Veiga, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, receberam das empreiteiras envolvidas na Lava Jato
Os principais candidatos dos partidos de oposição, PSDB e PSB, receberam R$ 21,2 milhões do “clube” de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. As informações foram passadas à Polícia Federal pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, no inquérito da operação Lava Jato.
O “clube”, expressão utilizada pelos criminosos para se referir às empresas denunciadas à Justiça em acordo de delação premiada, é formado pelas empreiteiras Camargo Correa, UTC, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix e Toyo Setal. Os dados sobre as doações constam do sistema de prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disponível na internet.
O candidato à presidência pela oposição, senador Aécio Neves (PSDB-MG), tem até o dia 25 para fazer a prestação de contas relativa ao segundo turno. Apenas no primeiro turno, ele recebeu R$ 4 milhões de duas das empreiteiras do clube.
O valor equivale a cerca de 10% do total de doações pessoais que Aécio Neves arrecadou até 2 de setembro – R$ 40.658.107,66 –, descrito no sistema do TSE. Esse valor deve aumentar quando acrescido das informações relativas ao segundo turno.
Por enquanto, o governador reeleito por São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, foi, dentro da oposição, o maior beneficiário do “clube”. Ele obteve cerca de R$ 8,5 milhões das empreiteiras, do total de mais de R$ 40,5 milhões arrecadados individualmente para a campanha ao governo paulista.
Pimenta da Veiga, o tucano derrotado na eleição ao governo de Minas Gerais pelo petista Fernando Pimentel, recebeu quase R$ 3,9 milhões do “clube”. No total, Veiga arrecadou R$ 40,4 milhões. O senador José Serra (PSDB-SP) arrecadou R$ 2,53 milhões do grupo denunciado à Justiça. No total, Serra obteve R$ 10,7 milhões em arrecadação eleitoral.
O ex-governador mineiro Antonio Anastasia, sucessor de Aécio, em 2011, foi eleito senador graças a quase R$ 1 milhão em doações do grupo de empreiteiras, de um total de R$ 18,1 milhões que conseguiu arrecadar. O antecessor de Marina Silva na candidatura socialista, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, obteve R$ 1,27 milhão das empreiteiras. Até falecer em um acidente de avião, em agosto, o TSE havia registrado para Campos doações totais no valor de R$ 17,6 milhões. Marina só recebeu R$ 48,5 mil de um montante de R$ 43,95 milhões arrecadados para o PSB.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

Eleições2014-PSDB, DEM e PSB receberam R$ 160 mi de empreiteiras da Lava Jato

Valor não inclui doações efetuadas para o segundo turno, cujo prazo de prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se encerra na próxima semana
O “clube” formado pelas empreiteiras acusadas de integrar o esquema de corrupção denunciado à Justiça pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, no âmbito da operação Lava Jato da Polícia Federal, repassou R$ 160,7 milhões aos principais partidos de oposição ao governo federal no Congresso Nacional. Do total, R$ 129,34 milhões foram destinados ao PSDB, R$ 15,85 milhões ao DEM e R$ 15,57 milhões, ao PSB.
O “clube”, como os próprios membros se autodenominam nos grampos autorizados pela Justiça  é formado por dez empresas investigadas por  formação de cartel destinado a controlar as obras da estatal em projetos de expansão e construção de polos petroquímicos, refinarias e extração de petróleo.
Além das construtoras Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix e Toyo Setal, o grupo reconhecia dentro do próprio esquema uma hierarquização que classificava como “VIP” as suas comparsas Camargo Correa, UTC, OAS, Odebrecht e Andrade Gutierrez, consideradas as maiores do país.
As doações contribuíram para eleger candidatos tucanos como os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Beto Richa (PR) e os senadores  José Serra (SP), Álvaro Dias (PR), Antônio Anastasia (MG).
Também financiou candidaturas tucanas derrotadas à Presidência e governos estaduais, como as do senador mineiro Aécio Neves e Pimenta da Veiga, que concorreu e perdeu o governo de Minas para o petista Fernando Pimentel.
Os recursos financiaram, ainda, a candidatura da ex-senadora Marina Silva (PSB), sucessora dos recursos destinados ao falecido ex-governador pernambucano Eduardo Campos, candidato socialista morto em 13 de agosto na queda do avião Cessna Citation em Santos (SP), em que viajava para compromissos eleitorais no Guarujá.
Valor parcial – Para obter os dados relativos ao repasse de financiamento eleitoral, a Agência PT de Notícias fez  minucioso levantamento no sistema compulsório de prestação de contas de partidos e candidatos, disponível na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet. Os dados ainda não são definitivos e podem ser ainda maiores. As doações aos candidatos que foram ao segundo turno, como Aécio Neves, são apenas parciais. Referem-se aos valores efetivamente repassados antes de 5 de outubro, data do primeiro turno de votação.
O valor de R$ 160,7 milhões diz respeito apenas às doações aos partidos, que são apresentadas destacadamente dos valores repassados individualmente a cada candidato. Desse subtotal ainda não constam as doações do segundo turno das eleições realizadas em 26 de outubro, cujo prazo para prestação de contas à Justiça Eleitoral encerra-se na próxima terça-feira, dia 25, exatos 30 dias após o término do pleito.
Apesar disso, os dados mostram que as construtoras Odebrecht e OAS doaram R$ 2 milhões cada uma ao candidato tucano apenas na primeira etapa da eleição. Individualmente, Aécio Neves recebeu doações totais de quase R$ 40,7 milhões até o dia 2 de setembro, última prestação relatada pelo TSE na web.
O maior arrecadador do grupo oposicionista é o PSDB. Ao diretório nacional foram destinados pouco mais de R$ 165 milhões e, ao comitê presidencial, R$ 140,6 milhões. O partido foi a quem o ”clube” destinou maior volume de dinheiro para campanha: pouco mais de R$ 78 milhões, ou cerca de 55% dos recursos de financiamento ao candidato à Presidência.
O DEM aparece em segundo lugar, com pouco mais de R$ 53 milhões de arrecadação total, sendo que R$ 15,8 milhões saíram do “clube”. Como não tinha candidato próprio ao Planalto, não há registro de doações ao comitê presidencial do partido.
Já PSB recebeu quase R$ 36 milhões em doações até o primeiro turno, segundo o TSE. Cerca de 40% do total, ou seja, R$ 15,57 milhões, tiveram origem no “clube”, sendo R$ 10,6 milhões registrados em nome do diretório nacional e os demais R$ 4,95 milhões no comitê presidencial.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Piaçabuçu2014-PÉSSIMA GESTÃO TEM, DIZ ÍNDICE

Qual o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) de Piaçabuçu?

O IFGF vai de 0 a 1. Piaçabuçu foi o município pior administrado em Alagoas e o segundo pior no Brasil. Em muitos municípios sequer os documentos da gestão foram apresentados e , por isso, o índice não foi calculado. Maceió ficou em quinto lugar, em Alagoas em vigésima colocação entre as 26 capitais estaduais.

Piaçabuçu2014-EMENDA SUPRESSIVA EVITA QUE PREFEITO CRIE ELEMENTOS DE DESPESA SEM, ESPECIFICAMENTE, OUVIR A CÂMARA MUNICIPAL

O Gabinete do vereador Gefson Monteiro ( PT) apresentou Emenda Supressiva ao projeto da Lei Orçamentária Anual para 2015 (pLOA-2015). A emenda propõe a supressão do inciso III, do artigo 4º do referido projeto.

“Não podemos concordar que o Prefeito, sem remeter à Câmara um projeto de lei especificando quais são os elementos de despesa, possa ‘Incluir novos elementos de despesa ao Orçamento vigente.’, disse o vereador.  Segundo ele, se o inciso III for aprovado, a Câmara não precisará decidir e legislar e nenhum vereador votará para aprovar despesa específica, pois o inciso III dará ao Poder Executivo amplas condições para agir, sem qualquer exigência.
O fato foi debatido pelo Gabinete e por lideranças de diversos segmentos da população, no último dia 8 de novembro e na audiência pública, realizada pela Câmara Municipal, na última quinta-feira, disse o vereador.

Ele informou à reportagem que hoje, à noite, a partir das 19:00 horas, na Câmara Municipal daquele Município da região do Baixo São Francis, também acontecerá mais um debate (o 3º) sobre o projeto da Lei Orçamentária Anual (pLOA).  
Abaixo você pode ler o teor da mencionada Emenda Supressiva.

PARTIDO DOS TRABALHADORES EM PIAÇABUÇU

>PT<

Rua Joaquim Távora, 214, Centro, CEP 57.210-000, Piaçabuçu, Alagoas

Contatos: (82) 9126-2368 (favor – Cirilo)

 
Assunto: EMENDA SUPRESSIVA Nº GVGM-002-2014, QUE TEM POR OBJETIVO SUPRIMIR O INCISO III, DO ARTIGO 4º, DO PLOA-2015, QUANTO À INCLUSÃO DE “NOVOS ELEMENTOS DE DESPESA AO ORÇAMENTO”, SEM APRECIAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL
Justificativa – Ideias propagadas pela compreensão do censo comum, dizem que os vereadores e as vereadoras são sempre desrespeitados por determinados prefeitos ou não têm “valor” algum.

Mas...  Por que essa errônea percepção popular, no nosso entender?
Porque ela advém do fato do parlamento aprovar, antecipadamente, projeto de cunho generalizante e sem especificação alguma. O inciso III – ora em debate - é um exemplo claro dessa generalização e da falta de especificação.

Quem, aqui, saber dizer o que seriam “novos elementos de despesa”? 
Seriam novas praças; novas ruas; algum novo rio, um estádio de futebol, uma rodoviária etc.?

Assim, entendemos que mencionado inciso III deve ser suprimido do projeto em discussão e não aprovado.
Mas... Se o senhor Prefeito precisar realizar alguma despesa que não esteja determinada por esta Câmara é só enviar um projeto de lei, especificando qual a despesa e seu correspondente elemento que os mesmos serão aprovados.

Ou... Se for algo de real interesse da sociedade, qual o vereador ou a vereadora desta Casa que não o aprovará?
Portanto, a presente Emenda Supressiva, propõe a integral supressão do inciso III, do artigo 4º, do pLOA-2015, que assim está redigido: “Incluir novos elementos de despesa ao Orçamento vigente.”

Enfim... Que novos elementos de despesa seriam estes?
Finalmente, este vereador informa - a seus pares - que esta Emenda Supressiva e o nela proposto foram debatidos com lideranças de diversos segmentos sociais no último dia 8 de novembro, quando, neste mesmo auditório, o Gabinete deste parlamentar esteve reunido para estudar e analisar o pLOA-2015, contando com representantes de toda a população piaçabuçuense.

Piaçabuçu, Alagoas, região do Baixo São Francisco, 8 de novembro de 2014

Gefson Monteiro de Albuquerque

Vereador do PT de Piaçabuçu


Fone (82)9621-7595

Piaçabuçu2014-GEFSON MONTEIRO APRESENTA EMENDA PARA REDUZIR O PERCENTUAL DO CRÉDITO ADICIONAL SUPLEMENTAR

O Gabinete do vereador Gefson Monteiro de Albuquerque do PT de Piaçabuçu elaborou Emenda Modificativa em que propõe a redução do percentual do crédito adicional suplementar  de 60% para 10%.

“Procuramos adequar o Orçamento Municipal à realidade econômica de Piaçabuçu e mesmo do Estado de Alagoas e do Brasil”, disse o vereador Gefson.
Segundo o referido vereador, não existe nenhuma hipótese que sinalize um crescimento tão grande na economia municipal. Assim o Prefeito não poderia ter superdimencionado os valores orçamentados para depois usá-los que bem entender, sem nenhuma consulta à Câmara Municipal.

Hoje, à noite, a partir das 19:00 horas, na Câmara Municipal daquele Município da região do Baixo São Francis, acontecerá mais um debate (o 3º) sobre o projeto da Lei Orçamentária Anual (pLOA).  
Abaixo você pode ler o teor da mencionada Emenda Modificativa.

PARTIDO DOS TRABALHADORES EM PIAÇABUÇU

>PT<

Rua Joaquim Távora, 214, Centro, CEP 57.210-000, Piaçabuçu, Alagoas

Contatos: (82) 9126-2368 (favor – Cirilo)

Assunto: EMENDA MODIFICATIVA Nº GVGM-001-2014, QUE TEM POR OBJETIVO REDUZIR O PERCENTUAL DO MONTANTE DO CRÉDITO ADICIONAL SUPLEMENTAR PARA 10% NO PLOA-2015
 
Justificativa – O projeto da Lei Orçamentária Anual para 2015 (pLOA-2015) é um dos projetos mais importante que a cada ano essa casa Legislativa aprecia, podendo rejeitá-lo ou aprová-lo.
Sempre o aprovou, é verdade.
Em cada pLOA o Poder Executivo sempre propõe a esta Câmara a aprovação de um determinado percentual sobre os valores orçamentados para usar como crédito adicional suplementar, durante a execução orçamentária no exercício que ainda virá, 2015.

Entendemos que algum percentual para o crédito adicional suplementar deve ser aprovar sim, pois assim permitir-se-á que o Poder Executivo tenha a possibilidade de tomar decisões e ações administrativas de imediato e que tenham urgência, sem quaisquer engessamentos.
No entanto, entendemos que um crédito adicional suplementar no percentual de 60%, como consignado no artigo 4º, inciso I, alíneas “a” a “c”, do pLOA-2015, é um percentual absurdamente alto.

Poderíamos até dizer que se o referido percentual for aprovado por esta Casa, nós – senhores vereadores e vereadoras - estaremos praticando uma ação legislativa que poderá ser muita bem apelidada e publicizada como: “Os vereadores e as vereadoras de Piaçabuçu deram um ‘checão’ em branco para o Prefeito”, como tem dito não só a população, mas até mesmo a imprensa em outros municípios e mesmo em determinados Estados-membros da federação brasileira.

Se esse percentual de 60% vier a ser aprovado por nós, sem uma grande redução, eu, vereador Gefson Monteiro, diria que não demos um checão, mas vários checões para o senhor Prefeito usar, sem qualquer consulta a esta Câmara, durante todo o ano de 2015.     
Assim, entendemos que o referido percentual para ser aprovada deve ser reduzido de 60% para 10%. Eis o que a presente Emenda propõe e para o que pedimos a aprovação de todos os nobres vereadores e vereadoras. Esses dez por cento não são pequeno valor, frise-se, dão R$4.853.340,51 de suplementação, gerando o orçamento municipal de mais de R$52 milhões de reais.
Um baita valor, convenhamos!

Mas... “E se este Município precisasse de mais suplementação?”, poderia alguém com bastante consciência política perguntar.
A resposta é fácil: basta o senhor Prefeito nos remeter um projeto de Lei de Crédito Adicional (pLCA).

Então, a redação do artigo 4º, inciso I, alíneas “a”, “b” e “c”, deve ser alterada para “[...] até o limite de 10% (dez por cento) [...]”, e não até 60%, como está no referido projeto.
Finalmente, este vereador informa - a seus pares - que esta Emenda Modificativa e o nela proposto foram debatidos com lideranças de diversos segmentos sociais no último dia 8 de novembro, quando, neste mesmo auditório, o Gabinete deste parlamentar esteve reunido para estudar e analisar o pLOA-2015, contanto com representantes de toda a população piaçabuçuense.

Piaçabuçu, Alagoas, região do Baixo São Francisco, 8 de novembro de 2014

Gefson Monteiro de Albuquerque

Vereador do PT de Piaçabuçu


Fone (82)9621-7595 

sábado, 15 de novembro de 2014

ENTREVISTA AO PORTAL DE DIREITOS HUMANOS PONTE.ORG


Esta foi a entrevista que concedi ao portal /Ponte – Segurança Pública, Justiça e Direitos Humanos. Eles entraram em contato comigo a partir da viralização do mapa que coloquei aqui no blog e nas redes sociais que, embora humilde, atingiu mais de 50 mil compartilhamentos. Segue a entrevista na íntegra:

Pesquisador em História Econômica pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Thomas Conti , 24 anos, é autor do mapa que viralizou após a onda de ataques a nordestinos que se seguiu à reeleição de Dilma Rousseff (PT).

Diferentemente dos gráficos tradicionais, divulgados pela grande imprensa, em que aparecem em vermelho os estados onde Dilma venceu e em azul os Estados onde a vitória foi de Aécio Neves (PSDB), o mapa de Conti mistura as cores, levando em consideração não apenas a vitória dos candidatos, mas também a proporção de votos.

Com isso, estados como Minas Gerais, onde Dilma obteve vitória estreita, e Goiás, onde Aécio venceu também com pequena margem de votos, aparecem praticamente da mesma cor.

A imagem de Conti vem sendo usada por internautas para responder os que propunham erguer um muro entre regiões brasileiras ou para atacar moradores de estados onde Dilma obteve mais de 50% dos votos válidos. Confira a seguir, as respostas de Conti às questões enviadas a ele pela Ponte:

Ponte – Por que você resolveu fazer o mapa?

Thomas Conti – Fiquei abismado com a quantidade de discursos públicos de ódio que surgiram após o resultado das eleições, em geral direcionados ao povo nordestino ou aos pobres. Embora, infelizmente, talvez existam pessoas que não mudem de opinião, imaginei que alguns foram levados a atribuir “culpa” a esse ou aquele grupo por causa dos mapas chapados divulgados pela imprensa, daí a ideia de apresentar o novo mapa. Mas vale lembrar que, de toda forma, não tem qualquer fundamento falar em “culpa”: é uma eleição e não um tribunal.

Ponte – Por que seu mapa representa com mais precisão o resultado das eleições do que os mapas em vermelho e azul publicados na grande imprensa?

Thomas Conti – Essa divisão entre estados vermelhos e estados azuis é muito utilizada nas eleições americanas. Acontece que lá quem obtém maioria de votos em um estado obtém todos os votos do colégio eleitoral daquela unidade da federação, tanto faz se o outro candidato tinha 48% ou 1% do restante dos votos. Já no Brasil não é assim, cada voto é um voto e esses percentuais do candidato que não obteve maioria são decisivos para o resultado final.

Ponte – Foi simples, tecnicamente, fazer seu gráfico?

Thomas Conti – Foi relativamente simples, sim. Levei pouco mais de uma hora para fazer o mapa todo, e a maior parte do tempo foi dedicado a conferir os dados várias vezes para me certificar que não havia erros.

Ponte – A que você atribui a onda de discursos preconceitos que se seguiu às eleições?

Thomas Conti – Infelizmente há um ranço histórico entre as regiões do nosso País, que se reproduz de várias formas, como, por exemplo, por piadas de mau gosto. Pode haver também uma ignorância acerca da história brasileira, corroborada por nosso sistema educacional carente de melhorias. Nem sempre se discute devidamente a formação econômica do nosso País, a importância dos fluxos migratórios entre as regiões, etc. Se o Sul e o Sudeste fossem educados sobre o quanto devem ao povo nordestino, talvez não assistiríamos a esse show de horrores.

Ponte – Você costuma participar de debates públicos na internet, acredita que a rede amplifica o potencial de discursos preconceituosos?

Thomas Conti – Entendo que a internet seja apenas uma ferramenta. Assim como um martelo pode ser usado para construir uma casa ou bater em alguém, também a internet pode ser uma arma central na luta contra os discursos de ódio ou uma forma de espalhá-los ainda mais. Daí a importância de cada um fazer sua parte, entender a responsabilidade de passar para a frente essa ou aquela mensagem. Uma coisa que a internet permite é dar oportunidade para covardes exporem preconceitos que não teriam coragem de dizer em público. Então é necessário agir de forma tal para que essas pessoas entendam que nem ali elas têm essa liberdade de ofender, discriminar, odiar, segregar etc.

Ponte – O que costuma fazer ao se deparar com mensagens que considera preconceituosas em redes como o Facebook ou o Twitter?

Thomas Conti – Minha tendência pessoal, tanto na internet quanto na vida cotidiana, é estar sempre aberto ao diálogo, mas a gente apanha tanto e de tantos lados na internet que acaba desenvolvendo imunidade a alguns discursos. Gente que escreve com raiva, ofende, ameaça, ou cita o Olavo de Carvalho, eu simplesmente ignoro. Já se a pessoa teve o cuidado de expor sua visão das coisas com argumentos, com calma e sem ofensas, mesmo que eu pessoalmente considere essa visão de mundo equivocada ou até preconceituosa, tento o diálogo.

Ponte – Acredita que o preconceito, de uma forma geral e sobretudo o preconceito em relação a determinadas regiões, é uma ameaça à democracia?

Thomas Conti – Com certeza é uma ameaça. As pessoas nem sempre entendem quão frágil é a democracia e o tamanho do trabalho necessário para mantê-la de pé. Independentemente das falhas que possa ter. E olha que vivemos num País cujo passado é quase um testemunho dessa fragilidade, com a democracia sendo interrompida a cada poucas décadas por uma ditadura.

Há tantos exemplos importantes que mostram essa tensa trajetória entre a democracia e o desejo de um País unido. João Goulart, por exemplo, podia ter dado o aval para o exército do Sul marchar até Brasília para defender a democracia contra o golpe militar, mas não quis. Afirmou que não seria ele o responsável por dividir o País, tomar a decisão final que levaria à guerra civil. Outro exemplo é Celso Furtado. Foi Ministro do Planejamento no governo de Jango, e provavelmente foi também o economista que mais teorizou e defendeu a necessidade de se desenvolver de forma equilibrada as regiões do Brasil, reduzir suas desigualdades históricas. Foi exilado pelos militares logo no primeiro ano do golpe.

A ditadura foi um grande retrocesso para nossa conscientização democrática e de unidade nacional inclusiva, exilou figuras importantes, promoveu o extermínio de índios e foi sob os governos militares que se promoveu a urbanização mais rápida e caótica da história, responsável por inflar nossas periferias urbanas a uma taxa mais rápida do que seria possível construir qualquer infraestrutura mínima . Um feito tão terrível que valeu até uma menção do historiador britânico Eric Hobsbawm na Era dos Extremos.

Enfim, manter o País unido, democrático e num ambiente de respeito aos direitos humanos fundamentais que aponte para a igualdade é um desafio gigantesco. O preconceito e o ódio podem levar ou não à legitimação de um movimento separatista, mas, independentemente disso, com toda a certeza, apontam no caminho oposto ao que seria necessário para responder a esse desafio.

Ponte – Que tipo de medidas acredita que as gestões que se iniciam, tanto a nova gestão Dilma como as gestões estaduais, devam tomar para evitar esse tipo de discriminação entre regiões?

Thomas Conti – Tanto a presidenta Dilma quanto o senador Aécio Neves tiveram um papel importante nesse sentido da união do País em seus discursos no domingo, logo após o resultado das urnas. Acredito que, agora, as principais medidas devam vir da própria população, pois na verdade nessa questão regional temos sorte de pelo menos os grandes representantes de nossos partidos maiores não reproduzirem certos discursos retrógrados que parte das suas bases de apoio possam ter. Mas, mesmo assim, o clima pode esquentar com relativa rapidez nas ruas, no ambiente de trabalho, etc. A medida essencial que todos os partidos responsáveis deveriam tomar é deixar claro para a população que isso deve ser combatido, que não tem respaldo nem legitimidade.

Ponte – Você estuda guerras do século 19. O preconceito aparece como fator que contribui para desencadear conflitos?

Thomas Conti – São raríssimos os exemplos de guerras modernas que ocorreram sem necessitar também uma forte campanha propagandística de ódio e preconceito ao “outro”. O exemplo clássico que qualquer um pensaria hoje é a cruzada americana contra os países do Oriente Médio, mas é possível recontar a relação do ódio com a guerra começando vários séculos atrás.

Ponte – Isso ocorre também nas revoltas separatistas que o Brasil viveu no século 19?

Thomas Conti – Minha ênfase é nas guerras internacionais, então não sei se tenho base suficiente para falar sobre os movimentos separatistas brasileiros. Mas o ódio não precisa necessariamente levar ao separatismo regional e, como em quase tudo, a história brasileira quase sempre é exceção: a escravidão ainda é lida como um dos principais fatores que garantiram a unidade nacional durante o Brasil Império. Nossas elites regionais uniram suas forças para garantir o tráfico de escravos e os latifúndios até o último minuto, quando os abolicionistas já estavam ganhando a batalha cultural e moral nas ruas. Esse ódio aos negros que legitimava a escravidão, assim como a união das elites contra os negros, gerou cicatrizes: elas estão nas periferias urbanas, nas casas com uma ou mais empregadas para fazer serviços cotidiano, no medo e ódio aos pobres e negros.

Ponte – Como isso se manifesta hoje?

Thomas Conti – Desnecessário dizer que não há nada menos democrático do que a escravidão. O escravo era uma propriedade do seu senhor, desprovido de liberdade, um “ativo” no sentido econômico do termo. Até hoje muitos ainda olham para os pobres dessa forma: diferentemente de um ser humano, que possui direitos fundamentais e é em si portador de dignidade e liberdade. Um “ativo” só é digno de valor se tiver alguma utilidade econômica para o seu proprietário. Um exemplo disso hoje: mais de uma pessoa comentou no meu mapa ou me enviou por mensagem que quem recebe Bolsa Família não deveria ter direito a voto. À primeira vista, é só um discurso ignorante e senil, mas por trás desse pensamento tacanho a pessoa nem se dá conta de que está reproduzindo quase literalmente a história da segregação social brasileira.

Ponte – Acredita que esse preconceito contra determinadas regiões do País, que emergiu após a reeleição de Dilma, também se manifeste, em escala menor, nas metrópoles?

Thomas Conti – As grandes metrópoles brasileiras acentuam todas as formas de preconceito, ao reproduzirem na estrutura da cidade o padrão centro-periferia: um centro pequeno, rico e concentrador das oportunidades de emprego, com uma vasta e distante periferia urbana, pobre e com pouquíssima geração local de empregos. Em São Paulo, se não me engano a relação é 85-15: 85% dos empregos no centro da cidade contra 15% na periferia, e apenas 15% da população da cidade residindo no centro contra 85% que residem nas periferias.

Ponte – Essa relação influencia a atuação diferenciada das polícias em regiões periféricas e em regiões centrais, tanto na abordagem como no esforço de investigação?

Thomas Conti – Isso tem reflexo sim nas formas de manifestação do preconceito, do racismo e a atuação da Polícia Militar. Com uma população tão segregada física, cultural e economicamente, a polícia tem um grau de liberdade muito maior para atuar de forma distinta nas suas atividades. Por exemplo, podem já de partida pressupor que um negro ou pobre não terá condições de acionar um advogado caso seja abordado, podem partir do pressuposto da culpa e, como as estatísticas do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais infelizmente revelam, só a Polícia Militar do Estado de São Paulo mata mais por ano do que todas as polícias dos EUA somadas. E os Estados Unidos já são amplamente criticados por terem uma das polícias mais sanguinárias do mundo e por ter estados onde há pena de morte.

Ponte – Surpreendeu-se com a repercussão de seu mapa?

Thomas Conti – Com certeza fiquei muito surpreso! A linguagem e a imagem que utilizei tinham de fato a intenção de veicularem informações de forma rápida e fácil de ser absorvida. Pensei no mapa justamente para facilitar a divulgação. Mas daí para acontecer isso, ser compartilhada por mais de 45 mil pessoas, fora as notícias de outros portais de notícias que replicaram a imagem e meu texto, foi um passo bem maior do que poderia sequer imaginar.

Ponte – Sofreu ameaças após seu gráfico viralizar?

Thomas Conti – Infelizmente sofri algumas ameaças. As coisas básicas da internet: morte, perseguição, espancamento, etc. Mas mantenho um blog há um ano e meio e sei o quanto as pessoas conseguem ser irracionais e covardes na internet. Nenhuma dessas mensagens veio de gente minimamente próxima de mim ou meus círculos pessoais. De toda forma, para nós que tentamos defender a causa dos direitos humanos neste País, não deixa de ser preocupante. Se colorir um mapa do Brasil e fazer um pequeno manifesto contra discursos de ódio (que já são crime pela nossa Constituição de 1988, artigo 5) foi o suficiente para gerar reações desse tipo, fico preocupado com para onde nossa sociedade está caminhando.

Ponte – As ameaças cessaram ou continuam?

Thomas Conti – Cessaram, ainda bem. Quase todas que recebi foram antes de o mapa passar dos 5 mil compartilhamentos. Gosto de pensar que talvez as pessoas tenham se tocado que a pauta é séria e tem amplo apoio da sociedade. E, por isso pararam. Mas reconheço a grande dose de otimismo necessária para encarar dessa forma.

Ponte – Você costuma fazer análises econômicas em seu blog. Em relação à economia e ao desenvolvimento do País, quais são, na sua opinião, os principais desafios da nova gestão Dilma?

Thomas Conti – Nossa, são inúmeros. Escrevi um artigo no meu blog sobre isso, recomendo para quem quiser detalhes olhar lá. Mas, se tivesse que eleger um desafio econômico como o central, diria que será a manutenção do nível de emprego. A presidenta fez esse compromisso progressista com a população e torço para que de fato consiga mantê-lo, mas, como economista, devo reconhecer que não será nada fácil, será uma briga árdua tanto técnica quanto politicamente. O saldo em transações correntes brasileiro não vai bem, os preços dos principais produtos exportados pelo país estão em queda, e para piorar existe a possibilidade de uma nova crise na Europa. Isso tem efeitos adversos sobre o câmbio, que caso se desvalorize demais impactará também a inflação e o desempenho do mercado interno. Mas essa é uma discussão longa, que nesse momento tenho certeza que não está sendo feita com grande preocupação só aqui, mas também no Planalto.