APÓS GOLPEAR DILMA E O
PT
Nesse período ainda pré-eleitoral muita gente, em todo o Brasil, quer se filiar ao PT, para ser o "candidato de Lula" em 2024.
A expressão entre aspas foi dita ao redator deste texto, há cerca de 4 meses atrás.
É isto!
Tem gente que se esquece do que não fez. Esquece-se da própria omissão no dia a dia municipal. Uma verdadeira ação omissiva praticou e, para piorar, continua a praticar, à exceção única de tentar filiar-se ao PT e tornar-se lulista, desde que não defenda os propósitos do time do PT.
É ruim, sem dúvida!
Mas tem gente que esquece até mesmo o que fez. Como agiu! E são más atitudes não só contra o PT, mas contra integrantes do PT e, principalmente, contra os interesses da população.
Esses 2 fatos têm gerado muitas discussões dentro do PT, entre integrantes do PT e mesmo na população.
O pressuposto da filiação ou a intenção é apenas eleitoral.
É tornar-se para a população um ser eleitoral, apoiad@ ou candidat@ do Lula e não do PT, enquanto agente transformador(a) para melhorar das questões municipais.
Para este redator, atual Presidente do PT são-sebastiãoense, há cerca de 90 dias, começaram a circular notícias de que a excelente ex-prefeita do Município São Paulo, Marta Suplicy, quer voltar ao PT paulistano para ser candidata a Vice-prefeita daquele Município paulista, compondo a chapa de Boulos, Psol, candidatura já apoiada pelo conjunto do PT de lá.
A possibilidade de Marta Suplicy voltar ao PT paulistano abriu fortes debates, ainda acanhados, é verdade.
Por que esses debates, se a paulistana Marta Suplicy ainda é considerada como uma das melhores prefeitas que São Paulo teve e honrou os propósitos do PT?
Basicamente, por suas ações.
Uma boa, que foi a sua ótima administração, como 2ª Prefeita do PT, eleita pela população paulistana.
E outra plenamente condenável. Esta foi o golpe que aplicou em Dilma e no PT, votando com a direita e com a extrema direita para retirar Dilma da Presidência, quando a própria Marta foi fortemente atacada pela extrema e direita paulistanas, quando era Prefeita de 1ª qualidade.
A 1ª Prefeita do PT, eleita pela população paulistana foi Luíza Erundina, uma grande mulher paraibana. O paulistano Fernando Haddad teve o 3º e também excelente mandato do PT paulistano.
"Tê-la como aliada, na disputa pela prefeitura
de São Paulo, pode fazer parte. Tê-la como 'companheira' de Partido, não faz
parte", diz Valter Pomar (petista paulistano)
Embora haja ministros que minimizem, o fato é que a
direita e a extrema-direita operam para impor uma grande derrota ao PT em 2024.
E, convenhamos, a situação não está fácil.
Entre muitos outros motivos, porque cometemos
muitos erros, que agora cobram seu preço. São Paulo capital é um bom exemplo
disso.
Haddad deveria ter sido candidato a prefeito em
2020. Se tivesse sido, provavelmente teria ido ao segundo turno e poderia ter
vencido. Mas Haddad não quis, essencialmente porque - na minha opinião - achava
que ia “botar o bloco na rua” em 2022.
Como um erro leva a outro, a desistência de Haddad
foi seguida de várias opções erradas, com destaque para as feitas por parte
importante do PT paulistano.
O resultado foi uma campanha em que nosso candidato
a prefeito foi menos votado do que nossa bancada de vereadores; e parte do
eleitorado petista votou em Boulos nas eleições municipais. Em 2022 as
candidaturas majoritárias do PT foram as mais votadas na cidade de São Paulo.
Mesmo assim, em 2024, o PT decidiu ir de Boulos prefeito, já no primeiro turno.
Com Boulos existem chances de vitória? Sim, como
indicam os resultados de 2022 e as pesquisas de intenção de voto. E,
obviamente, uma vitória da esquerda em SP capital nos ajudaria muito nas duras
disputas que virão no biênio 2025-2025.
Mas, embora a vitória seja possível, o quadro é
muito difícil. E para aumentar nossas chances, está circulando a ideia de
colocar Marta como vice de Boulos.
Eleitoralmente a ideia tem seu sentido. Basicamente
porque, na periferia paulistana, a memória do governo Marta segue presente e
positiva.
O que não faz sentido, na minha opinião, é Marta se
filiar ao PT. O que ela fez em 2016, apoiando o golpe, foi uma violência
inesquecível e imperdoável. Imperdoável, entre outras por uma razão muito
simples: quem cruza determinadas fronteiras, não cruza uma única vez. Tê-la
como aliada, na disputa pela prefeitura de São Paulo, pode fazer parte. Tê-la
como “companheira” de Partido, não faz parte.
Uma coisa é o PT adotar uma política “ampla”.
Podemos concordar ou discordar, mas em si mesmo isso não muda a natureza do
Partido.
Outra coisa é o PT trazer, para dentro de si,
certos aliados, suas políticas, seus programas e, principalmente, seus hábitos.
Isso vai mudando, por dentro, a natureza do Partido. É verdade que isso já está
sendo feito, em grande número de estados e de cidades do país. Há até quem
comemore a filiação, ao Partido, de pessoas com trajetória para lá de
conservadora.
E, reconheço, perto de algumas tranqueiras, agora
filiadas ao PT, a refiliação de Marta parece ser até razoável. O problema é que
certas decisões, por sua visibilidade e simbolismo, têm um efeito
desmoralizante, inclusive por borrarem a fronteira entre o que é aceitável e o
que não é aceitável na disputa política.
Se Marta, depois do que fez 2016, pode mesmo assim
voltar a ser filiada ao PT; e filiada com o objetivo de disputar a
vice-prefeitura da maior cidade do país, supostamente em nome do PT; e ainda
ser recebida com pompa e circunstância; então estaremos cruzando uma perigosa
fronteira.
Espero que a ideia não prospere.”
Publicado em - https://www.brasil247.com/blog/marta-vem-ai
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