A política
internacional é muito falada, pois envolve cerca de 193 países que são 193 filiados
à ONU (Organização das Nações Unidas) e mais 2 observadores, mas não filiados,
que são o Vaticano e o Palestina.
No entanto,
atualmente, o número de países pode se estender até 207, se considerarmos o
posicionamento do COI (Comitê Olímpico Internacional), que prever o desfilar
dessas 207 bandeiras nas Olímpiadas de Paris, em julho de 2024 (se precisar
saber mais, acesse - https://www.nationalgeographic.pt/viagens/quantos-paises-existem-no-mundo-depende-quem-contar_4241.
No âmbito da
política internacional, se fala mais ainda na política externa de cada país,
que, na maioria das vezes, não é na mesma dimensão da política interna de cada
um deles.
Nesse
sentido, a política externa praticada por cada país poderá não representar os
interesses da respectiva população, tornando a política externa e a política
interna algo muito contraditório e difícil de compreender.
Mas ontem, 27 de dezembro de 2023, o Professor Jeffrey Sachs,
publicou no portal www.Brasil247.com,
um excelente artigo, que mostra o desastre da política externa estadunidense,
comandada pela indústria da guerra, que o referido país desenvolve e pratica.
Em seu artigo o famoso Professor também afirma que, para além dos desastres que a política interna de seu país causa, ela não representa os interesses da população norte-americana, que não quer guerra ou outras condenáveis práticas de seus governos, como praticar ou incentivar Golpe de Estado em outros países, mundo afora.
Golpe de Estado que 3 deles aconteceram inclusive no Brasil, em
1954, quando levaram à morte o Presidente Getúlio Dornelles Varga", que havia acabado com a política do até então café-com-leite o da República Velha, derrotando os paulistas do café, em 1930.
Em 2005, tentaram fazer com o Lula, por intermédio do 'Mensalão' e do atual prisioneiro Roberto Jefferson e da própria mídia empresarial, que "perderam a aposta", mas continuaram e continua a defender a direita e a extrema direita, até ou sobretudo com o silenciamento.
Não falam sobre o mensalão do então presidente Fernando Henrique Cardoso, em janeiro de 1997, quando comprou a emenda constitucional que permitiu a sua reeleição, como se pode ler na revista Carta Capital - https://www.cartacapital.com.br/politica/uma-luz-sobre-o-escandalo-da-reeleicao-de-fhc/, na agência Senado - https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2005/03/01/maguito-denuncia-compra-de-votos-no-governo-fhc-e-diz-que-ele-mesmo-recebeu-oferta-de-propina - e no excelente Blogue do Fernando Rodrigues, - https://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2014/06/16/conheca-a-historia-da-compra-de-votos-a-favor-da-emenda-da-reeleicao/ - e praticamente omitem o mensalão: tucano, mineiro ou tucanoduto, e até Trensalão,que envolve políticos do PSDB e do naipe da direita, como Aécio Neves, no qual esta, pel -
Aliás, lá bem distante o portal Rede Brasil Atual, chamava a atenção da sociedade para a impunidade, havendo suspeita no próprio atuar do judiciário - https://www.redebrasilatual.com.br/blogs/impunidade-e-lentidao-da-justica-marcam-12-anos-do-mensalao-tucano/ e - https://www.redebrasilatual.com.br/politica/originado-em-1998-mensalao-tucano-ainda-nao-foi-julgado-5877/, como também nos portais na internete Outras Palavravas - https://outraspalavras.net/outrasmidias/lista-de-furnas-o-caso-de-corrupcao-que-a-midia-mais-esconde/ - e El País Brasil, bem como do Pragmatismo Político - https://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/19/politica/1455891750_478342.html e - https://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/02/escandalo-de-furnas-que-envolve-aecio-neves-se-arrasta-na-justica-ha-10-anos.html.
Infelizmente, uma grande quantidade de trabalhadoras e de trabalhadores das classes médias apoia esses político-eleitorais do retrocesso e @s elegem e @s reelegem, mesmo com a enorme retirada ou a diminuição de direitos dessas mesmas sofridas classes médias.
‘A política
externa americana não se trata de interesses do povo americano. Trata-se dos
interesses dos insiders de Washington", diz Jeffrey Sachs
Na superfície, a
política externa dos Estados Unidos parece ser totalmente irracional. Os EUA se
envolvem em uma guerra desastrosa após outra - Afeganistão, Iraque, Síria,
Líbia, Ucrânia e Gaza. Nos últimos dias, os EUA se encontram globalmente
isolados em seu apoio às ações genocidas de Israel contra os palestinos,
votando contra uma resolução da Assembleia Geral da ONU para um cessar-fogo em
Gaza apoiada por 153 países, representando 89% da população mundial, e sendo
oposta apenas pelos EUA e 9 países pequenos, com menos de 1% da população
mundial.
Nos últimos 20
anos, todos os principais objetivos da política externa dos EUA falharam. O
Taliban retornou ao poder após 20 anos de ocupação dos EUA no Afeganistão. O
Iraque pós-Saddam tornou-se dependente do Irã. O presidente da Síria, Bashar
al-Assad, permaneceu no poder apesar dos esforços da CIA para derrubá-lo. A
Líbia mergulhou em uma guerra civil prolongada após uma missão da OTAN liderada
pelos EUA derrubar Muammar Gaddafi. A Ucrânia foi golpeada no campo de batalha
pela Rússia em 2023, depois que os EUA secretamente sabotaram um acordo de paz
entre Rússia e Ucrânia em 2022.
Para entender o
embuste da política externa, pense no governo federal atual como uma fraude com
várias divisões controlada pelos maiores licitantes.
Apesar desses
desastres notáveis e dispendiosos, um após o outro, o mesmo elenco de
personagens permanece no comando da política externa dos EUA há décadas,
incluindo Joe Biden, Victoria Nuland, Jake Sullivan, Chuck Schumer, Mitch
McConnell e Hillary Clinton.
O que está acontecendo?
O quebra-cabeça é
resolvido ao reconhecer que a política externa americana não se trata de
interesses do povo americano. Trata-se dos interesses dos insiders de
Washington, enquanto buscam contribuições de campanha e empregos lucrativos
para si mesmos, funcionários e membros da família. Em resumo, a política externa
dos EUA foi hackeada pelo dinheiro grande.
Como resultado, o
povo americano está perdendo muito. As guerras fracassadas desde 2000 custaram
cerca de US$ 5 trilhões em gastos diretos, ou cerca de US$ 40.000 por
domicílio. Outros US$ 2 trilhões ou mais serão gastos nas próximas décadas com
cuidados aos veteranos. Além dos custos diretamente incorridos pelos
americanos, também devemos reconhecer os custos horrendamente altos sofridos no
exterior, em milhões de vidas perdidas e trilhões de dólares em destruição de
propriedades e natureza nas zonas de guerra.
Os custos
continuam a aumentar. Os gastos vinculados ao militarismo em 2024 chegarão a
cerca de US$ 1,5 trilhão, ou aproximadamente US$ 12.000 por domicílio, se
considerarmos os gastos diretos do Pentágono, os orçamentos da CIA e de outras
agências de inteligência, o orçamento da Administração de Veteranos, o programa
de armas nucleares do Departamento de Energia, a "ajuda externa"
militarmente vinculada do Departamento de Estado (como para Israel) e outras
linhas orçamentárias relacionadas à segurança. Centenas de bilhões de dólares
são desperdiçados em guerras inúteis, bases militares no exterior e um acúmulo
de armas totalmente desnecessário que aproxima o mundo da Terceira Guerra Mundial.
No entanto,
descrever esses custos gigantescos também é explicar a
"racionalidade" distorcida da política externa dos EUA. Os US$ 1,5
trilhão em gastos militares são o golpe que continua proporcionando ao complexo
militar-industrial e aos insiders de Washington, mesmo enquanto empobrece e
coloca em perigo os Estados Unidos e o mundo.
Para entender o
embuste da política externa, pense no governo federal de hoje como uma fraude
com várias divisões controlada pelos maiores licitantes. A divisão de Wall
Street é administrada pelo Tesouro. A divisão da Indústria de Saúde é
administrada pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos. A divisão de
Petróleo e Carvão é administrada pelos Departamentos de Energia e Interior. E a
divisão de Política Externa é administrada pela Casa Branca, Pentágono e CIA.
Cada divisão usa o
poder público para ganho privado por meio de acordos internos, facilitados por
contribuições de campanha corporativas e desembolsos de lobby. Curiosamente, a
divisão da Indústria de Saúde rivaliza com a divisão de Política Externa como
uma fraude financeira notável. Os gastos com saúde dos Estados Unidos
totalizaram incríveis US$ 4,5 trilhões em 2022, ou cerca de US$ 36.000 por
domicílio, de longe os custos de saúde mais altos do mundo, enquanto os Estados
Unidos ocupavam aproximadamente o 40º lugar no mundo em expectativa de vida.
Uma política de saúde falha se traduz em grandes lucros para a indústria de
saúde, assim como uma política externa fracassada se traduz em mega receitas do
complexo militar-industrial.
Mais guerras, é claro, significam mais negócios.
A divisão de
Política Externa é administrada por um grupo pequeno, secreto e coeso,
incluindo os principais líderes da Casa Branca, CIA, Departamento de Estado,
Pentágono, Comitês de Serviços Armados da Câmara e do Senado, e as principais
empresas militares, incluindo Boeing, Lockheed Martin, General Dynamics,
Northrop Grumman e Raytheon. Há talvez mil indivíduos-chave envolvidos na
formulação de políticas. O interesse público desempenha pouco papel.
Os principais
tomadores de decisão da política externa executam as operações de 800 bases
militares dos EUA no exterior, centenas de bilhões de dólares em contratos
militares e as operações de guerra onde o equipamento é implantado. Mais
guerras, é claro, significam mais negócios. A privatização da política externa
foi grandemente ampliada pela privatização do próprio negócio de guerra, à
medida que mais e mais funções militares "centrais" são entregues aos
fabricantes de armas e a empreiteiras como a Haliburton, Booz Allen Hamilton e
CACI.
Além das centenas
de bilhões de dólares em contratos militares, também há importantes
repercussões comerciais das operações militares e da CIA. Com bases militares
em 80 países ao redor do mundo, e operações da CIA em muitos mais, os EUA
desempenham um grande papel, embora em grande parte oculto, na determinação de
quem governa nesses países e, portanto, nas políticas que moldam acordos lucrativos
envolvendo minerais, hidrocarbonetos, gasodutos, terras agrícolas e florestais.
Os EUA tentaram derrubar pelo menos 80 governos desde 1947, geralmente
liderados pela CIA por meio da instigação de golpes, assassinatos,
insurreições, tumultos civis, manipulação de eleições, sanções econômicas e
guerras declaradas. (Para um estudo excelente das operações de mudança de
regime dos EUA de 1947 a 1989, veja "Covert Regime Change" de Lindsey
O'Rourke, 2018).
Além dos
interesses comerciais, há, é claro, ideólogos que realmente acreditam no
direito da América de governar o mundo. A sempre beligerante família Kagan é o
caso mais famoso, embora seus interesses financeiros também estejam
profundamente entrelaçados com a indústria de guerra. O ponto sobre a ideologia
é o seguinte. Os ideólogos estiveram errados em quase todas as ocasiões e
teriam perdido seus púlpitos em Washington há muito tempo, não fosse sua
utilidade como beligerantes. Conscientemente ou não, eles servem como artistas
pagos para o complexo militar-industrial.
Existe uma
inconveniência persistente para essa fraude comercial contínua. Em teoria, a
política externa é realizada no interesse do povo americano, embora a verdade
seja o oposto. (Uma contradição semelhante, é claro, se aplica à assistência
médica cara, ao socorro ao Wall Street, aos privilégios da indústria do
petróleo e a outras fraudes). O povo americano raramente apoia as manobras da
política externa dos EUA quando, ocasionalmente, ouve a verdade. As guerras dos
EUA não são travadas por demanda popular, mas por decisões de cima. Medidas
especiais são necessárias para manter o povo longe da tomada de decisões.
Em teoria, a
política externa é realizada no interesse do povo americano, embora a verdade
seja o oposto.
A primeira dessas
medidas é a propaganda incessante. George Orwell acertou em cheio em 1984,
quando "o Partido" mudou repentinamente o inimigo estrangeiro de
Eurasia para Eastasia sem uma palavra de explicação. Os EUA essencialmente
fazem o mesmo. Quem é o inimigo mais grave dos EUA? Escolha conforme a estação.
Saddam Hussein, o Taliban, Hugo Chávez, Bashar al-Assad, ISIS, Al-Qaeda,
Gaddafi, Vladimir Putin, Hamas, todos desempenharam o papel de
"Hitler" na propaganda dos EUA. O porta-voz da Casa Branca, John
Kirby, entrega a propaganda com um sorriso no rosto, sinalizando que ele também
sabe que o que está dizendo é ridículo, embora levemente divertido.
A propaganda é
amplificada pelos think tanks de Washington que sobrevivem com doações de
empreiteiras militares e ocasionalmente governos estrangeiros que fazem parte
das operações fraudulentas dos EUA. Pense no Conselho do Atlântico, CSIS, e,
claro, no sempre popular Instituto de Estudo da Guerra, apresentado pelas
principais empresas militares.
A segunda é esconder
os custos das operações de política externa. Na década de 1960, o governo dos
EUA cometeu o erro de fazer com que o povo americano suportasse os custos do
complexo militar-industrial ao recrutar jovens para lutar no Vietnã e aumentar
os impostos para pagar pela guerra. O público explodiu em oposição.
A partir da década
de 1970, o governo foi muito mais astuto. Ele encerrou o recrutamento
obrigatório e transformou o serviço militar em um trabalho para contratação, em
vez de um serviço público, apoiado pelos gastos do Pentágono para recrutar
soldados de estratos econômicos mais baixos. Também abandonou a ideia antiquada
de que os gastos do governo deveriam ser financiados por impostos e, em vez
disso, transferiu o orçamento militar para o déficit, o que o protege da
oposição popular que seria desencadeada se fosse financiado por impostos.
Também iludiu
estados clientes como a Ucrânia para lutar nas guerras dos EUA no solo, para
que nenhum corpo americano estragasse a máquina de propaganda dos EUA. Desnecessário
dizer que os mestres da guerra dos EUA, como Sullivan, Blinken, Nuland, Schumer
e McConnell, permanecem a milhares de quilômetros de distância das linhas de
frente. A morte é reservada para os ucranianos. O senador Richard Blumenthal
(D-Conn.) defendeu a ajuda militar americana à Ucrânia como dinheiro bem gasto
porque é "sem uma única mulher ou homem de serviço americano ferido ou
perdido", sem que o bom senador perceba poupar as vidas dos ucranianos,
que morreram aos milhares em uma guerra provocada pelos EUA pela expansão da
OTAN.
Este sistema é
sustentado pela completa subordinação do Congresso dos Estados Unidos ao
complexo militar-industrial, para evitar qualquer questionamento sobre os
orçamentos exorbitantes do Pentágono e as guerras instigadas pelo Poder
Executivo. A subordinação do Congresso funciona da seguinte forma. Primeiro, a
supervisão do Congresso sobre guerra e paz é amplamente atribuída aos Comitês
de Serviços Armados da Câmara e do Senado, que em grande parte delineiam a
política global do Congresso (e o orçamento do Pentágono). Em segundo lugar, a
indústria militar (Boeing, Raytheon e outras) financia as campanhas dos membros
dos Comitês de Serviços Armados de ambos os partidos. As indústrias militares
também gastam somas vastas em lobby para fornecer salários lucrativos a membros
do Congresso que se aposentam, suas equipes e famílias, seja diretamente em
negócios militares ou em firmas de lobby em Washington.
A manipulação da
política externa do Congresso não é apenas pelo complexo militar-industrial dos
EUA. O lobby de Israel dominou há muito tempo a arte de comprar o Congresso. A
cumplicidade da América no estado de apartheid de Israel e nos crimes de guerra
em Gaza não faz sentido para a segurança nacional e diplomacia dos EUA, sem
falar na decência humana. São frutos dos investimentos do lobby de Israel que
atingiram US$ 30 milhões em contribuições de campanha em 2022 e que certamente
ultrapassarão isso em 2024.
Quando o Congresso
se reúne em janeiro, Biden, Kirby, Sullivan, Blinken, Nuland, Schumer,
McConnell, Blumenthal e outros nos dirão que absolutamente precisamos financiar
a guerra perdida, cruel e enganosa na Ucrânia e o massacre contínuo e a limpeza
étnica em Gaza, para evitar que nós, a Europa, o mundo livre e talvez o próprio
sistema solar sucumbamos ao urso russo, aos aiatolás iranianos e ao Partido
Comunista Chinês. Os propagadores de desastres na política externa não estão
sendo irracionais nesse alarmismo. Eles estão sendo enganosos e
extraordinariamente gananciosos, buscando interesses estreitos sobre os do povo
americano.
É a tarefa urgente
do povo americano reformar uma política externa tão quebrada, corrompida e
enganosa que está afundando o governo em dívidas, enquanto aproxima o mundo do
Armagedom nuclear. Essa reforma deve começar em 2024 rejeitando qualquer
financiamento adicional para a desastrosa Guerra na Ucrânia e os crimes de
guerra de Israel em Gaza. A promoção da paz e da diplomacia, não os gastos
militares, é o caminho para uma política externa dos EUA no interesse público.”
Publicado em: https://www.brasil247.com/blog/a-politica-externa-dos-estados-unidos-e-uma-fraude-construida-sobre-corrupcao